domingo, 30 de junho de 2013

O Acordar Político Brasileiro: A força das manifestações nas ruas e a participação dos jovens

Apoiados pelo mesmo meio de comunicação da "primavera árabe", as redes sociais na internet, sociólogos, filósofos, economistas e jornalistas que fazem analise política do país coincidem em chamar as mobilizações, das ultimas três semanas como o despertar de uma consciência política dos jovens, filhos da classe média dos anos 1960 e 1970 ( a "velha classe média na fala de Jens Glüsing, repórter da revista alemã, semanal, Der Spiegel [1]).
FOTO do URURAU Online 20-06-2013, da manifestação chegando a Praza São salvador
No Informativo do  Movimento Nacional de Catadores de Materiais Recicláveis - MNCR -, do 27 de junho [2], está escrito " Hoje assistimos a grandes manifestações realizadas fruto da organização dessa juventude que vem conquistando a redução da tarifa no transporte em diversas cidades do país. Milhares de pessoas tem ganhado as ruas em solidariedade aos militantes atingidos por atos de violência policial e prisões arbitrárias, além de serem privados muitas vezes de seu direito de livre organização e livre manifestação. A participação popular tomou dimensões gigantescas após a violência policial  atingir os profissionais de imprensa e transeuntes comuns.".
FOTO de Eduardo Knapp, Folha de São Paulo, da manifestação de 14 de junho em São Paulo.. 
  A frase, por nós sublinhada, quer lembrar que desde sua origem , no Fórum Mundial Social de 2005, o Movimento Passe Livre - MPL é universitário. Já na época, lutava pelo direito dos estudantes ao transporte público gratuito o “passe livre estudantil”. O MPL posteriormente, passou a pleitear o passe livre para todos. 


Para o conhecido sociólogo francês Michel Maffesoli, em entrevista  na O Globo online do 22 de junho 2013 [3], sobre os Protestos no Brasil, declara..."Vemos que há uma saturação, um tipo de indiferença (ás organizações), esses jovens não se reconhecem mais num programa, num partido ou sindicato. Não é mais programático e sim, emocional." É uma volta a origem das coisas revolvere que é revolução em latim "Mas (se trata de uma revolução) no sentido etimológico (da origem da palavra) vemos voltar essa ideia de fraternidade, de estar juntos, das tribos." O objetivo é claro "mobilizar energias para alcançar o fim desejado.


Pierre Lévy filósofo francês, em entrevista de 28 de junho 2013 [4],  declara "Há uma nova geração de pessoas bem educadas, trabalhadores com conhecimentos usando a internet e que querem suas vozes ouvidas."


Pode-se afirmar que as mobilizações obtiveram resultados (i) alta das passagens revogadas em Rio de Janeiro, São Paulo e outras capitais além do rebaixamento dessa alta em outras cidades; (ii) derrubada da Proposta de Emenda Constitucional N° 37 (PEC 37), (iii) maior atividade do Congresso que resolveu discutir a aprovação, ou não, de medidas antes quase impossíveis. 
O movimento dos jovens é progressista por natureza, quer derrubar as barreiras entre ricos e pobres, consolidar o poder do povo um fator de importância ímpar e lutar por um país com justiça social, com oportunidades iguais para todos e deverá apreender a lidar contra uma ameaça poderosa que é a manipulação de setores  nada progressistas e  de grande influência na mídia.  


[1]  Encontrado na matéria "O Brasil pelo mundo" de Roberto Kaz, na Revista O Globo do 30-06-2013.
[2] Sobre as mobilizações pelo Brasil http://www.mncr.org.br/box_2/noticias-regionais/sobre-as-mobilizacoes-pelo-brasil
[3] Protestos no Brasil http://oglobo.globo.com/pais/michel-maffesolivejo-esses-movimentos-como-maios-de-68-pos-modernos-8786658
[4] http://oglobo.globo.com/cultura/pierre-levy-comenta-os-protestos-no-brasil-uma-consciencia-surgiu-seus-frutos-virao-longo-prazo-8809714

domingo, 23 de junho de 2013

Por valorização e inclusão dos catadores de materiais recicláveis: Dignidade aos catadores!


Em recente pesquisa sobre coleta seletiva, levantado pelo CEMPRE - Compromisso Empresarial para Reciclagem, Ciclosoft 2012 [1] mostra as tendências de apreciação e decisão politica em relação aos catadores. Ressalta-se que catador é o cidadão que encontrou nos materiais descartados numa cidade, uma opção de renda, e como qualquer outra, geradora de renda, precisa de aprimoramento continuo para sua sobrevivência além luta contra as diferentes formas, do poder econômico,  tentará retirá-lo do mercado. 
A Ciclosoft 2012 mostra, por exemplo, que 14% (766) das Prefeituras das 5471 participantes, de um total de 5670 no país, operam programas de coleta seletiva. Desse total o 86% delas esta localizado nas regiões Sudeste e Sul do Brasil, ver no mapa.  


Ainda, mostra que em 26% dessas prefeituras se contrata empresas particulares para executar a coleta seletiva e que em 65% se apoia ou mantem cooperativas de catadores como agentes executores da coleta seletiva. Na cidade de São José dos Campos, com uma população de mais de 600 mil habitantes se atende, com a coleta seletiva, ao 100%  de sua população e o custo por tonelada foi 204 R$/tonelada [1 página 19], é a metade do custo médio declarado na pesquisa. Destaca-se que neste município a Cooperativa Futura, em junho de 2011, firmou um convênio com a Secretaria de Serviços Municipais para ampliar a utilização dos Pontos de Entrega Voluntária (PEVs) e assumiu a operacionalização dos PEVs, passando a recepcionar, separar e armazenar temporariamente os resíduos [2]. 

Os catadores, dependendo da visão da cultura e visão dos cidadãos são discriminados socialmente porque não valorizam o significado de seu trabalho e de seu situação atual de protagonistas fundamentais da Política Nacional de Resíduos Sólidos. Quem realmente compreendem a importância dessa Política Pública Sócio-Ambiental estão apoiando a luta dos catadores, que buscam ser respeitados e valorizados, como verdadeiros empreendedores e agentes socioambientais.

No portal da prefeitura de Campos [3] em sua postagem do 22 de junho, mais uma vez utilizando o substantivo ex-catadores, apresenta a situação aparentemente bem sucedia de uma jovem cidadã que trabalhou por 10 anos como catadora. Porém, entre os catadores do fechado "lixão" da Codin, onde foram quase 500 cadastrados, nem todos tem as condições de idade e saúde para mudar de profissão. Mas, podem sim, com apoio, realizar o que aprenderam  bem - a triagem e coleta de materiais recicláveis, além da divulgação da boas práticas de separação do resíduos nos lares, prédios e instituições. Sem esquecer-se dos catadores na cidade que por anos catam papelão e plásticos da ruas.  

Este blog conclama buscar a valorização e a inclusão dos catadores de materiais recicláveis através do incentivo ao seu protagonismo e emancipação!

sábado, 15 de junho de 2013

Lixo vira ouro: catadores em Belo Horizonte transformam resíduos em Arte

Em matéria da CNN, edição Internacional, de 13 de junho, os jornalistas Eoghan Macguire e Sofia Fernandes que fazem um recorrido no Brasil para levantar informação sobre como o pais esta se preparando para a Copa 2014, relatam suas pesquisas das atividades dos catadores da cooperativa ASMARE [1]. A seguir um resumo deste artigo jornalistico.

A coluna começa com a pergunta - Quando o lixo desaparece na lixeira, onde ela vai? 
Pergunta natural e simples para muitos. Mas a resposta não é nada simples, em Belo Horizonte, quando se refere ao lixo. Pois nela, há anos, existe o trabalho dos catadores associados a cooperativa ASMARE, onde eles são  hábeis em transformar qualquer material em desuso em móveis, jóias ou até mesmo obras de arte. No relato do próprio catador Edimar Ferreira, de 39 anos, "Eu tenho dois empregos. Eu vou a recolher o lixo e logo então eu o transformo em arte. Faço pequenos sofás, bancos de madeira, mesas e outros adornos de plástico." E logo acrescentou sobre sua  cooperativa "Nos temos frase  - o sue lixo é o meu luxo." 
Catadores como Edimar são vistos com frequência nas vilas e cidades de todo o Brasil - um conjunto  heterogêneo de indivíduos que peneiram montanhas de lixo de rua ou dos lixões para localizar papel, latas, garrafas, metais e outros tipos de materiais recicláveis.
Uma estimativa da Associação Compromisso Empresarial para a Reciclagem (CEMPRE), do 2010, afirmou que havia cerca de um milhão de catadores no Brasil, embora apenas um pequeno número deles trabalhem oficialmente para as cooperativas e organizações como a ASMARE. Muitos são os ex-sem-teto, ex-reclusos ou pessoas que tropeçaram em tempos difíceis, vendendo o que eles encontram para reciclagem.
Lixo em ouro: o Brasil catadores vez lixo em arte
Nos últimos anos, no entanto, o retorno de dinheiro para muitos dos catadores de Belo Horizonte tornou-se demasiado inconsistente para garantir um rendimento estável. A solução que a ASMARE - grupo que representa cerca de 200 catadores - propus foi ser criativo com o material que eles têm em quantidade - lixo.
Recrutando a ajuda de artistas locais e voluntários, a Asmare se concebeu um programa de artes há uma década, onde os trabalhadores são ensinados a transformar os itens recicláveis que encontram durante suas coletas diárias. "O centro de arte começou com o propósito de sermos capazes de fazer os nossos próprios carrinhos, e, em seguida, para que os filhos dos catadores aprenderam a fazer artesanato e outras peças de arte com o material coletado", disse Dona Geralda, fundadora e presidente da ASMARE. "Os principais benefícios são a geração de emprego e renda para os catadores e seus filhos. Nós (temos agora) começamos a implementar a cultura de" lixo que não é lixo '", acrescentou a catadora de 63 anos, quem tem sido catadora desde que ela tinha oito anos.
Produtos preparados no programa de marcenaria e artesanato da ASMARE. Foto da matéria da CNN Internacional [1]


Todos os itens criados na ASMARE são vendidos em uma loja perto da sede da organização, com os lucros compartilhados igualmente entre os catadores. Combinando vendas de arte e o dinheiro acumulado com a venda de materiais reciclados, a renda mensal de um trabalhador ASMARE, em médias, agora chega  a uns respeitáveis ​​1.700 reais.
No entanto, a ASMARE ter sido a primeira em incluir um programa criativo ( e reivindique ter sido a primeira cooperativa de catadores no Brasil) existem outras organizações apoiados por artistas a adotaram táticas igualmente imaginativos na realização de projetos criativos com catadores nos últimos anos. 
Em 2010 o filme - Lixo Extraordinário (Wasteland) indicado ao Oscar, documental sobre os catadores de Jardim Gramacho, aterro do Rio de Janeiro agora fechado, nele se relata como os catadores  se tornaram temas de obras do artista brasileiro Vik Muniz. As obras de arte acabaram sendo vendidas por dezenas de milhares de dólares cada.
 De acordo com Mauricio Soares, um artista que dirige o programa criativo ASMARE, ajudando catadores para produzir arte é muito mais do que apenas os benefícios financeiros ou criativo óbvios. "No Brasil, o catador muitas vezes é discriminado por causa de sua profissão", disse Soares. "Por isso, ligar a arte à reciclagem lhes permite ir a lugares que eles nunca foram antes e eles acabam tendo uma melhor aceitação, pois o seu trabalho criativo dá-lhes uma boa visibilidade", acrescentou.
Soares também vê potencial para promover as possibilidades de reciclagem em todo o país. "Arte através da reciclagem tem como objetivo despertar a consciência das pessoas para pensar sobre o que o lixo é ou não é", disse Soares. "Esta nova consciência vai nos ajudar a promover a redução de resíduos.
Isso é algo com o que Ferreira concorda fortemente. Ele aponta para o que aprendeu desde que começou o programa da ASMARE, há dois anos, como um exemplo, de como as atitudes para o lixo pode mudar.
"Esta experiência me fez olhar para a reciclagem de uma maneira diferente", disse ele. "Há materiais que eu usei e jogava fora que agora eu conservo, porque eu agora já posso me imaginar fazendo algum bom pedaço com ele mais tarde. Eu não vejo o material apenas como lixo mais."

Como comentário final
O questionamento do inicio da matéria lembra muito bem a afirmação MAS A LATA DE LIXO NÃO É UM DESINTEGRADOR MÁGICO DE MATÉRIA ! - do sitio eletrônico [2], coordenado por Pólita Gonçalves e  Jorge Pinheiro. Porque quando se descarta é quando começa a cadeia de ações para gerenciar potenciais fontes de poluição e/ou reaproveitamento de recursos: como energia, materiais não renovais, água.  
Pode-se constatar que a matéria é uma manifestação da descoberta,  dos jornalistas americanos, do valor do serviço de cidadania dos catadores que atuam nas ruas das cidades de latino-América, que levaram a reconhecer o valor que possuem alguns materiais descartados, e está explicito na frase da cultura da ASMARE - o seu lixo é o meu luxo! 
Catadores organizados tem a possibilidade de identificar que, para crescer como organização precisam se aprimorar e propor programas para chegar a vislumbrar inovações naquilo que conhecem: catação e coleta de material reciclável! 


[1] http://edition.cnn.com/2013/06/12/world/brazil-catadores-trash-treasure/

[2] pagina inicial do http://www.lixo.com.br/

sábado, 8 de junho de 2013

Semana do Meio Ambiente: Reconhecimento das ações para preservação do Meio Ambiente

Para a comemoração do Dia Mundial do Meio Ambiente (WED – sigla para World Environment Day), que ocorreu na quarta feira 5 de junhoo Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente (PNUMA) propus: o combate ao desperdício de alimentos com o título Pensar-Comer-Conservar
Em Brasil o Ministério do Meio Ambiente estabeleceu a Semana do Meio Ambiente, entre o dia 1 ao 9 de junho com tema Plano de Ação para a Produção e Consumo Sustentáveis. Com o tema se objetiva refletir sobre os meios para assegurar vida plena e digna para todos e relembrar os compromissos assumidos na Conferência das Nações Unidas sobre Desenvolvimento Sustentável (Rio+20) [1].

Ambos os lemas pretender chamar a atenção ao desperdício: de alimentos e/ou insumos, além de piorar a condição dos que passam fome, fazem com que diversos recursos naturais importantes sejam gastos à toa. Por exemplo, ao jogar uma fruta fora ou deixá-la estragar, além de desperdiçar o alimento, você, indiretamente, emite gás carbônico (CO2) usado no transporte e gasta água necessária para o desenvolvimento da fruta. Sem contar que a fruta podre libera metano (CH4), um gás 20 vezes mais poluente que o CO2 [2]. 
Quando o alimento é desperdiçado, isso também significa que todos os recursos usados para a produção desse alimento também foram perdidos. Em particular, em relação á água desperdiçada, o volume ele já foi medido, a partir do volume de água consumido e/ou poluído, por unidade de tempo. Então, por exemplo, para produzir  uma maçã formam consumidos 70 litros de água e para um copo de leite (200 ml) são consumidos 200 litros. Essa água que não se vê quando consumido, mas é o volume gasto na produção de um bem ou serviço é chamada de água virtual [3]. Portanto pensar e diminuir desperdícios esta diretamente ligado a diminuir consumo, adotando praticas de consumo consciente.

A seguir umas atitudes de consumo sustentável para diminuir os impactos ambientais [4]:  
- Consumir alimentos orgânicos, aqueles que não utilizam agrotóxicos e fazem bem à saúde,
- Dar preferencias ao consumo de itens alimentícios fabricados na sua cidade ou região. Assim, você evita emissões causadas pelo transporte e diminui a chance de deterioração devido ao manuseio;
Ao menos uma vez por semana, deixe de comer carne de boi. A produção desse tipo de alimento é uma das maiores responsáveis mundiais por emissões de CO2;
Reaproveite restos de alimentos e cascas de frutas e verduras para produzir novos alimentos ou pratos para seu cardápio;
- Separar os seus resíduos em recicláveis e orgânicos. Os resíduos recicláveis encaminhá-los para cooperativas de catadores, responsáveis pelo alto nível de reciclagem de latinhas de alumínio e garrafas pet no pais;
- Em vez de mandar lixo orgânico para lixões e aterros sanitários, pratique se possível a compostagem doméstica. Você reduz o seu lixo e ainda o transforma em adubo; 


Por último, este Blog do Projeto de Extensão da Universidade: Rumo à Gestão Ambiental na UENF, quer lembrar da Luta dos Catadores de Materiais Recicláveis quem numa atitude de recuperação de autoestima, pelo serviço que prestam ás cidades, celebrou no 7 de junho o DIA NACIONAL DE LUTA DOS CATADORES DE MATERIAIS RECICLÁVEIS. A data instituída pelo Movimento Nacional de catadores de Materiais Recicláveis (MNCR), a partir de 2005; e neste ano teve como lema o chamado á DEFESA E PROMOÇÃO DA COLETA SELETIVA E VALORIZAÇÃO DOS CATADORES. 

Chamado necessário, por conta da implementação da Lei 12305/2010 pelas Prefeituras, que ao fechar o lixão ou "aterro controlado" sob a responsabilidade, cedida pelo Município, de empresa privada não reconhecem os serviços prestados pelos catadores, que trabalharam no lixão . Com a coleta de catadores diminuíram o lixo para ser enterrado e lhes disputam e mesquinham os resíduos recicláveis da cidade ao invés de prepara-los para sua autogestão como catadores. 

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A cooperativa de catadores El Triunfo recebendo um caminhão da Prefeitura. Faz parte da grande vitória ser pago por serviços prestados a cidade. Começando da esquerda a terceira pessoa é Nohra Padilla. Foto: Nohra Padilla.[5]















Não é o caso, por exemplo dos catadores associados á cooperativa El Triunfo em Bogota, Colombia. Na página da Alianza Global de Recicladores [5] informa-se sobre o fato deles receberem caminhões de reciclagem pagos pela  Unidad Administrativa Especial de Servicios Públicos (UAESP), a Secretaria de Gestão de Resíduos Sólidos de Bogotá, como parte do processo de reconhecimento como prestadores de serviços. 
A catadora colombiana, líder dos catadores da cidade, Nohra Padilla ganhou o Premio Ambiental Goldman, conhecido como Premio Nobel Verde, em 2013. É uma recompensa aos defensores do Meio Ambiente a título individual, repartido em 6 categorias correspondentes a zona geográfica: Africa, Asia, Europa, Nações Insulares, América do Norte, América Central e America do Sul [6].