segunda-feira, 21 de outubro de 2019

Prolongar a vida dos produtos é dar valor aos Recursos Naturais: focar nos resíduos durante o processo produtivo e após o consumo diminuindo-os ou reconduzindo-os para outros processos produtivos

Há mais de quarenta anos os executivos e donos das empresas descobriram que o lixo e/ou resíduos resultantes dos seus processos de produção e descarte depois do consumo geram riscos ambientais e custos pelas reacções sociais e legais que visam proteger aquilo que cerca ou envolve os seres vivos e o lugar onde vivem: o Meio Ambiente (1). Então, surgiram os conceitos e as práticas da Gestão Ambiental Empresarial (GAE) e a Produção mais Limpa (P+L). A primeira a GAE trata das praticas  administrativas e operacionais que levam em conta a proteção do meio ambiente buscando a diminuir impactos em todas as etapas de vida de um produto incluindo o destino final, o descarte. A P+L visa diminuir resíduos sólidos, líquidos (efluentes) e gasosos (emissões) e minimizar o consumo de matérias primas, água doce e energia (2). 
   
Uma forma eficiente de recuperar o valor dos materiais, que formam os produtos, após sua utilização é o Reuso do produto, a Reforma ou Re-manufatura e finalmente a Reciclagem. 
Em um processo simples, de seguir, para um consumidor consciente ou qualquer cidadão que pensa na sustentabilidade, como a maioria de nós, essa recuperação começa – com a separação do lixo, ou melhor, separação dos resíduos recicláveis dos não-recicláveis (chamado também separação do lixo seco do lixo úmido). o paso seguinte é destiná-los aos Pontos de Entrega Voluntária (PEV's ou ecopontos) de um sistema de Coleta Seletiva ou entrega diretamente para as Associações e/ou Cooperativas de catadores que fazem essa coleta seletiva. Encaminhar os resíduos secos age diretamente na vida de muita gente e no equilíbrio do planeta (diminuindo a quantidade de lixo que se encaminhará aos aterros sanitários ou vazadouros). 
Modelo circular da Economia: As etapas da Vida dos produtos, para consumo, começam com extração das Matérias Primas, logo os vários processamentos = ou Manufatura, uma vez prontos a Distribuição para o mercado consumidor, o Consumo = clientes com o produto. Após o Uso vem as etapas em cor rosa: Reuso, Remanufatura (com as opções de só Reparo, ou nova distribuição ou envio à nova Manufatura; fechando o ciclo!! Então, ficaria pouco para descartar, em cor marrão (3)

Consequentemente os resíduos se tornaram foco das pesquisas e de um modelo de desenvolvimento industrial da produção que procura Lixo Zero, idealizado a semelhança da natureza, onde tudo é nutriente para um novo ciclo, chamado de Economia Circular (4). O ponto de partida é recriar produtos e sistemas industriais com três impactos de lucro: positivos para inclusão social, o meio ambiente e os negócios. Na inclusão social considera-se, que a operacionalização da recuperação de valor dos resíduos necessita de uma coleta seletiva que a realizam os catadores a quem devem-se preparar para potencializar e aumentar sua triagem e os consumidores que precisam separar seus resíduos para fechar o ciclo de aproveitamento dos recursos. 
Então, a economia circular é um o modelo focado em prolongar a vida dos produtos e recursos naturais conservando-os o maior tempo possível no ciclo económico, reduzindo emissões e resíduos, minimizando o consumo de recurso naturais e de energia combatendo assim as alterações climáticas (5).  



(1)SELIG P. M.; CAMPOS  L. M. de S.; LERIPIO A. de A. Gestão Ambiental, Capítulo 12, do livro Introdução a Engenharia de Produção organizado por M.O. BATALHA, Coleção Campus-ABEPRO, Elsevier Editora Ltda. 2008. 
(2) DIAS J. de O.  Gestão de Resíduos do Processo Produtivo da Construção Civil no MCGC-RJ: Umstudo sobre as ações Desenvolvidas na Atualidade.Dissestação do Curso de Engenharia de Produção na Universidade do Norte Fluminense Darcy Ribeiro, 2016, Campos dos Gotacazes-RJ.
(3) https://www.ideiacircular.com/economia-circular
(4) https://jornal.usp.br/radio-usp/radioagencia-usp/economia-circular-e-tema-do-usp-analisa/
(5)https://eur-lex.europa.eu/resource.html?uri=cellar:8a8ef5e8-99a0-11e5-b3b7-01aa75ed71a1.0007.02/DOC_1&format=PDF

domingo, 18 de agosto de 2019

Catadores: Elo fundamental da Industria da Reciclagem e da Economia Circular no Brasil

Os catadores de material reciclável desempenham um papel importante no Desenvolvimento Sustentável, pois sua atividade da Coleta de Materiais Recicláveis, resulta em, além da geração de renda para os próprios envolvidos, contribuição à saúde pública e ao sistema de saneamento ambiental. Incluí-se, também, o fornecimento de material reciclável de baixo custo à indústria de reciclagem; a redução nos gastos municipais e a forte contribuição à conservação do meio ambiente, pela diminuição de matéria-prima utilizada nos processos produtivos, que conserva recursos naturais e energia, como pela diminuição da necessidade de mais terrenos a serem utilizados como vertedouros (ou lixões) e aterros sanitários, WIEGO (2009) (1).
Infelizmente os catadores compõem a parte mais frágil da cadeia de valor da reciclagem, eles são os atores-chave em todo o processo recuperação de valor nessa industria, uma vez que foi, tradicionalmente, baixa a participação de empresas privadas na coleta de resíduos reciclavéis. Estima-se que eles são responsáveis por cerca de 90% de todo o material que chega a ser reciclado no Brasil, Ipea, 2010 (2), ainda considerando que eles sejam avulsos (individuais) ou organizados em associações ou cooperativas. Nesse contexto, conforme a Pesquisadora Fernanda Lira, do Ipea (Instituto de Pesquisa Económica Aplicada) “Não existe reciclagem no Brasil sem o trabalho dos catadores. São eles que reinserem o material no ciclo de produção, transformando o que é considerado lixo em mercadoria novamente.” 
Catador avulso da vizinhança recebendo material da UENF (no centro de Triagem no prédio P5), em 2007
 Então, o ponto que é sempre levantado: qual o melhor jeito de lidar com os resíduos, tanto aqueles de produções industriais, como os de origem doméstica? Os resíduos resultam, de tudo aquilo que não tem serventia para os primeiros donos-consumidores de um produto e que são passiveis de Separação (orgânicos e não orgânicos), Coletados e logo distribuidos via uma atividade de Logista Reversa que necessita integrar os catadores!

Esse assunto permite refletir e pensar desde 'como é descartado?' até 'o que é feito após o descarte?'.
Atualmente, levando em consideração o que pode-ase chamar da indústria do consumo, que se conhece muito bem, o modelo de produção mais utilizado é o chamado de Modelo de Economia Linear. Sendo ele constituído pelas seguintes três ações: Extrair, Transformar e Descartar. Essas ações se explicam como segui. A matéria prima é extraída e processada para produção de itens que serão introduzidos na sociedade para o seu consumo. Isto é, após essa extração, passarão pela transformação ou manufatura e em seguida serão descartados. após consumo, como resíduos. Desta forma, se caracterizaria como um sistema de mão única onde é dada muita atenção a produção e praticamente nenhuma preocupação aos resíduos gerados na transformação nem ao que é descartado após-consumo.

Inicio de entrega de material à Cooperativa  Reciclar -Campos, em 2016.
Material do campus da UENF-Lionel Brizola após entrega e Coleta Seletiva

Pode-se fazer um paralelo com o se vivência no dia a dia: Quando compra-se um produto no supermercado, após ser utilizado descartam-se a sua embalagem e o que não é consumido. Para onde vão esses materiais? Os resíduos?
Os resíduos por muitas vezes, são acumulados, queimados ou simplesmente jogados na natureza, sem a menor responsabilidade sobre o(s) impacto(os) que possa(m) causar.
Então, chegou-se à outra questão, será que não se poderiam reaproveitá-los de alguma forma? É nesse momento, que se encaixam os conceitos de um Modelo de Economia Circular.
Como o próprio nome já diz, basicamente inicia-se com o modelo de economia linear (que concebe que o ultimo estágio dele é o descarte do resíduo) e juntam-se as “pontas”, ou seja, o descarte deixa de ser o último estágio! Assim, o material descartado (ganha valor) viria a ser considerado como potencial matéria prima e, desta forma, se transformando em um ciclo, onde os resíduos se tornariam em insumos ou entradas para novas produções e/ou reciclagem. Simples, não é? 
No Brasil, já acontece uma alta reciclagem das latinhas de alumínio, segundo pesquisa da Associação Brasileira de Produtores de Latas de Alumínio para bebidas (Abratalas) "há 14 anos o Brasil ocupa a liderança na reciclagem de latinhas de alumínio."(3), Assim mesmo, este exemplo reconhece a importância dos catadores para os resultados de alta reciclagem das latinhas de aluminio: 98,4% . E afirma-se que "há necessidade de melhorar as condições de trabalho dos catadores" (3).   

Os catadores são os maiores incentivadores do conceito da economia circular. Apesar de muitas vezes marginalizados, estes têm e terão um papel de suma importância nessa dinâmica de recuperação de resíduos!

(1) WIEGO Enfocandonos en las Trabajadoras Informais: Recicladoras de Basura http://www.wiego.org/sites/default/files/resources/files/FactSheet-Recicladoras-
(2) IPEA – INSTITUTO DE PESQUISA ECONÔMICA APLICADA. Pesquisa sobre pagamento por serviços ambientais urbanos para gestão de resíduos sólidos. Brasília: Ipea, 2010.
(3) https://www1.folha.uol.com.br/seminariosfolha/2016/06/1784363-brasil-e-campeao-mundial-na-reciclagem-de-latas-de-aluminio.shtml .

sábado, 24 de novembro de 2018

A Coleta seletiva na UENF sob a coordenação do Projeto de Extensão: A matemática na reciclagem, gestão da coleta e desenvolvimento da tecnologia no Norte Fluminense em novembro de 2018

Iniciativa de professora do Laboratório de Engenharia de Produção continua a promover hábitos de separação de resíduos no ponto de geração, neste ano, identificando quanto das ferramentas matemáticas são utilizadas para otimizar a coleta, o estoque e a armazenagem: na gestão dos materiais recicláveis gerados na instituição. O trabalho é compartilhado com os que acreditam que devemos preservar recursos naturais e com o apoio da Prefeitura do Campus e a Pro-Reitoria de Extensão.

Com o intuito de aumentar valor ao trabalho desenvolvido pelos catadores (ou recolectores de lixo reciclável) e inspirados na necessidade de implementar as Leis: Estadual 40645/2007 da coleta seletiva em instituições estaduais e a Lei Federal 12305/2010, da Política Nacional de Resíduos Sólidos, a UENF apoia à equipe do projeto dedicado a Coleta Seletiva, desde 2005.

Este ano, o projeto deseja comemorar o Biênio da Matemática Brasil (2017-2018) e quis resgatar ou colocar em evidencia o afazer diário, necessário, de qualquer catador, individual ou associado em cooperativas, para levar a frente o seu empreendimento: ganhar seu sustento retirando do lixo os materiais recicláveis. Atividade historicamente marginalizada e sujeita a exploração pelo mercado da sucata, desconsiderando a importância da proteção ao Meio Ambiente que os catadores realizam ao encaminhar seus materiais coletados para a industria da reciclagem, ver foto a seguir. 


Preparando  a entrega de material e realizando-a no galpão da Cooperativa de Triagem no Novo El Dorado.
           
Durante os meses meses de junho a outubro foram também trabalhados os temas de escalação de tarefas entre os membros da equipe, que esta associado aos conceitos de arranjos e permutações, utilizado para dividir as tarefas básicas por competências de cada membro que colabora no Projeto. Alem de formas de medição com as necessárias adições, multiplicações e divisões. A armazenagem reduzindo volumes serviu para trabalharmos a geometria espacial, ou tridimensional, permitindo que caixas de papelão sejam convertidas em laminas, como pode-se apreciar nas fotos acima. Utilizando arte chinesa origami e com a arte finlandesa Himmeli experimentou-se a confecção e desenvolvimento de produtos artesanais, cuja elaboração se comunica melhor utilizando os termos faces, arestas, vértices e chegando-se a formar sólidos em três dimensões, como mostra a foto abaixo.

Com canudinhos elaboraram-se sólidos, aqui um de base um pentágono e faces triangulares
Apresentar a arte himmeli pode ser, sim, uma alternativa de agregar valor ao material reciclável coletado; pelo fato que, com dedicação e cuidado na construção dos sólidos levaria a dominar uma atividade de artesanato ao trabalho de coleta do catador que é primeiramente em prol do meio ambiente, más pouco remunerado. O empreendimento dos catadores de ter encontrado uma forma legal de ganhar dinheiro, porém pouco e com alto risco para sua saúde, deve incentiva-los para buscar uma boa administração na coleta e com o reuso, mais arte e a observação por demanda de novos objetos úteis eles poderiam aumentar suas ofertas a maior preço, melhorando consequentemente sua remuneração.  
Finalmente, no més de novembro o projeto recebeu livros bem elaborados, atuais e de autores qualificados que são utilizados, pelo ensino a distancia gratuito e de qualidade. Foram colocados a disposição dos interessados na UENF, no nosso Centro de Triagem e no Restaurante Universitário, com a devida autorização dos doadores e da Prefeitura do Campus, como se mostra na foto. 
Livros a disposição de estudantes,professores e visitantes dpredio P5 da UENF

quinta-feira, 3 de setembro de 2015

Reconhecimento e participação de catadores na Coleta Seletiva das cidades

O sitio eletrônico Sul21, da cidade de Porto Alegre RS, é um veículo de comunicação cujo objetivo é informar e fomentar discussão sobre questões relevantes para o desenvolvimento da sociedade sem abrir mão da seriedade jornalística e do espírito colaborativo. Na publicacão do 28 de agosto, o Sul21, divulgou uma realidade, tambem vivida pelo grupo de catadores do "lixão de Codin" fechado por decisão da Prefeitura Municipal de Campos dos Goytacazes (PMCG) em Rio de Janeiro, para assumir a administração do Aeroporto Bartolomeu Lisandro em 16 junho de 2012, sem dar alternativas de trabalho para os, quase 500, catadores que trabalharam no lixao por mais de 10 anos. Esta situação foi deflagrada a pesar da Lei Federal 12305/2010 da Politica Nacional de Resíduos Sólidos o que mostra uma clara falta de interesse politico em respeitar direitos e cumprir deveres socais. Meciona-se o caso de um grupo de catadores do "lixao de Codin" que formou a Associacão Reciclar Campos, quem apos de quase 3 anos de luta legal ganharam um galpão para triagem da PMCG, oficialmente entregue dia 3 de junho de 2015, porem sem mobiliário e sem prensas nem balança, porque a instalacao de energia trifásica não pode ser terminada pelas dividas da PMCG com a empresa Ampla, consessionaria  encargada da distribuicao de energia elétrica na cidade de Campos. A seguir transcreve-se a matéria sobre a campanha pelo direito de participacao dos catadores na coleta Seletiva da cidade que fora divulgada pelo facebook do Movimento Nacional dos Catadores de Materiais Reciclaveis (MNCR) .

 28/ago/2015, 7h17min

Catadores lançam campanha por reconhecimento e participação na Coleta Seletiva

 | Foto: Ramiro Furquim/Sul21
Catadores que utilizam veículos de tração humana não poderão mais atuar na capital | Foto: Ramiro Furquim/Sul21
Débora Fogliatto
Uma campanha para valorizar o trabalho de catadores e catadoras em Porto Alegre foi lançada este mês, mas é fruto de discussões e reivindicações existentes há anos. A categoria alega ser desvalorizada pela Prefeitura Municipal, que não contrata os trabalhadores para realizar a Coleta Seletiva, optando por fazer licitações de empresas privadas, e implementa uma lei que busca acabar com as carroças e carrinhos.
A conversa entre o Movimento Nacional dos Catadores de Materiais Recicláveis (MNCR) e o poder público foi iniciada em 2003, mas com o passar dos anos não resultou em maior reconhecimento da categoria. Atualmente, eles acabam realizando um trabalho paralelo ao do Departamento Municipal de Limpeza Urbana (DMLU), que realiza a Coleta Seletiva. Ao mesmo tempo, milhares de resíduos são recolhidos diariamente por catadores, que trabalham em galpões de reciclagem em condições geralmente precárias.
Os catadores argumentam que o Código Municipal de Limpeza Urbana prevê a contratação de seus serviços para a Coleta Seletiva, através de suas organizações, mas isso não é cumprido pelo poder municipal. Recentemente, a Prefeitura anunciou o edital de licitação para contratação de uma nova empresa para realizar a coleta.
Diante da ausência de respostas, os catadores lançaram a campanha Coleta Seletiva Solidária, que permite que a população apoie sua luta através da separação de lixo para ser recolhido por eles. “Estamos nos mobilizando para que as pessoas intercedam no apoio aos catadores, para que a Prefeitura invista no protagonismo dos trabalhadores ao invés de na iniciativa privada”, explicou Alex Cardoso, líder do MNCR no Rio Grande do Sul.
Ele conta que havia negociações sendo feitas com uma equipe técnica da Prefeitura, mas que nunca aconteceram no âmbito político. “Iniciamos uma negociação com os técnicos, para a criação de um plano piloto de coleta seletiva, com bairros Tristeza e Assunção. Em dezembro, encaminhamos um documento para o DMLU para oficializar a cooperativa, mas eles nunca responderam”, contou Alex. A partir daí, o diálogo com o Executivo foi cortado, segundo ele.
Foto: Ocimar Pereira / PMPA
DMLU recolhendo resíduos: catadores pedem participação | Foto: Ocimar Pereira / PMPA
Na quarta-feira (26), representantes do movimento foram até o Ministério Público apresentar os documentos que já foram encaminhados para a Prefeitura e as determinações do Código de Limpeza. A reivindicação é que o órgão possa cobrar uma resposta por parte do poder municipal.
O DMLU argumenta que a coleta Seletiva é feita por meio de contratos regulares desde 1991, e que o processo está “bem constituído na cidade”, portanto, a nova licitação apenas mantém o processo, além de “ampliar e qualificar”. Através do programa Todos Somos Porto Alegre, a Prefeitura diz manter contato e diálogo com os catadores. “O programa visa à emancipação de carroceiros e carrinheiros por meio de novas oportunidades de trabalho”, afirma o DMLU.
Carroças e carrinhos de tração humana*
Essas novas oportunidades são necessárias devido à aprovação do decreto nº 16.638, que regulamenta a lei nº 10.53, prevendo a redução gradativa da circulação de carroças e carrinhos até 2016. A lei, aprovada em 2007 e proposta pelo atual vice-prefeito Sebastião Melo (PMDB), que na época era vereador, é criticada por movimentos organizados e cooperativas de carroceiros e carrinheiros.
A lei previa que a atividade fosse extinta dentro de oito anos, mas reuniões realizadas na Câmara de Vereadores ao longo deste tempo indicam que talvez o prazo não possa ser cumprido. O vereador Marcelo Sgarbossa (PT), que preside a Comissão de Saúde e Meio Ambiente (Cosmam), acompanha a questão e constatou que o processo não tem dado certo, visto que o cadastramento que está sendo feito não foi bem-sucedido em encontrar os catadores. Ele protocolou um projeto de lei que procura estender o prazo de aplicação da lei, para que ela possa ser implantada até 2017.
A partir deste cadastro, os carroceiros seriam encaminhados para cursos profissionalizantes e, em seguida, ao mercado de trabalho. No entanto, o MNCR observou que “na prática, os cursinhos não encaminham nada”. Sgarbossa aponta que, ao invés de criminalizar, a Prefeitura poderia criar alternativas que valorizassem e trouxessem mais dignidade para a atividade dos carroceiros e carrinheiros. “Poderiam ir na linha de reconhecer a atividade e dar condições técnicas, como carrinho com motor elétrico, para realizar essa coleta”, sugere.
Ele entende que a questão do direitos dos animais também é importante, o que torna mais complicada a temática dos carroceiros. “É claro que sou contra cavalos serem maltratados. Mas daí já se incluiu junto os carrinheiros, que são de tração humana. me perguntam se não é indigno um ser humana empurrar um carrinho, mas temos que perguntar o que essas pessoas acham”, apontou, destacando que nas reuniões realizadas os trabalhadores se mostraram orgulhosos e com vontade de continuar na profissão.
Relatório destacou como uma das boas práticas do estabelecimento as atividades mo Centro de Reciclagem |Foto: Claudio Fachel/Palácio Piratini)
Catadores trabalham em centros de reciclagem |Foto: Claudio Fachel/Palácio Piratini
Em audiência realizada na Câmara, Juliana Couto da Silva, recicladora da vila Santo André, criticou também o valor oferecido como indenização pela Prefeitura. “Querem tirar as carroças e os carrinhos das ruas, mas oferecem R$ 200, o que a gente consegue numa semana de catação”, ponderou. Ela também lembrou que “sem os catadores, Porto Alegre vai virar um lixão, pois somos nós quem recolhemos tanto lixo nessa cidade”.
Sgarbossa também destaca esse ponto, e questiona quem irá recolher todo o material que hoje é removido das ruas pelos catadores. “Isso vai ficar a cargo da empresa que é contratada pela Prefeitura, o que vai gerar ainda mais custos. Porque agora não tem custo nenhum isso para o poder público, o trabalho realizado por eles”, observou.
Na audiência realizada no último dia 18, representantes do Executivo argumentaram que um dos objetivos é dar direitos trabalhistas aos catadores, que agora tem uma profissão informal. Cursos de capacitação e alfabetização também estão previstos para iniciar em setembro, em parceria com o Senac, e outra opção seria entrar em associações de unidades de triagem que já existem.
Mas o Movimento denuncia que muitas associações agora “se portam diferente” e que os catadores são mera mão de obra à mercê das diretorias, que definem “as formas de partilha assim como toda a direção do trabalho. Muitos destes ‘diretores’ foram, mas não são mais catadores sendo que outros, nem chegaram a ‘sujar as mãos nos recicláveis'”, afirma Alex. Segundo texto divulgado pelo MNCR, dessa forma “a Prefeitura quer excluir a categoria e organizar meia duzia em galpões controlados pela politicagem municipal e entregar todo serviço de coleta seletiva à iniciativa privada”.
 *Com informações da Câmara de Porto Alegre
[1] http://www.sul21.com.br/jornal/catadores-lancam-campanha-por-reconhecimento-e-participacao-na-coleta-seletiva/

sexta-feira, 3 de julho de 2015

A Coleta seletiva na UENF sob a coordenação do Projeto de Extensão: A matemática na reciclagem, gestão da coleta e desenvolvimento da tecnologia no Norte Fluminense em novembro de 2018

Iniciativa de professora do Laboratório de Engenharia de Produção continua a promover hábitos de separação de resíduos no ponto de geração, neste ano, identificando quanto das ferramentas matemáticas são utilizadas para otimizar a coleta, o estoque e a armazenagem: na gestão dos materiais recicláveis gerados na instituição. O trabalho é compartilhado com os que acreditam que devemos preservar recursos naturais e com o apoio da Prefeitura do Campus e a Pro-Reitoria de Extensão.

Com o intuito de aumentar valor ao trabalho desenvolvido pelos catadores (ou recolectores de lixo reciclável) e inspirados na necessidade de implementar as Leis: Estadual 40645/2007 da coleta seletiva em instituições estaduais e a Lei Federal 12305/2010, da Política Nacional de Resíduos Sólidos, a UENF apoia à equipe do projeto dedicado a Coleta Seletiva, desde 2005.

Este ano, o projeto deseja comemorar o Biênio da Matemática Brasil (2017-2018) e quis resgatar ou colocar em evidencia o afazer diário, necessário, de qualquer catador, individual ou associado em cooperativas, para levar a frente o seu empreendimento: ganhar seu sustento retirando do lixo os materiais recicláveis. Atividade historicamente marginalizada e sujeita a exploração pelo mercado da sucata, desconsiderando a importância da proteção ao Meio Ambiente que os catadores realizam ao encaminhar seus materiais coletados para a industria da reciclagem, ver foto a seguir. 

Preparando  a entrega de material e realizando-a no galpão da Cooperativa de Triagem no Novo El Dorado.
           
Durante os meses meses de junho a outubro foram trabalhados os temas de escalação de tarefas entre os membros da equipe, que trabalha arranjos e permutações, para dividir as tarefas básicas por competências de cada membro que colabora no Projeto. Alem de formas de medida com as necessárias adições, multiplicações e divisões. A armazenagem que reduz volumes serviu para trabalharmos geometria espacial ou tridimensional, permitiu assim caixas convertidas em laminas de papelão, ver fotos acima. Utilizando arte chinesa origami e com a arte finlandesa Himmeli experimentou-se a confecção e desenvolvimento de produtos artesanais, cuja elaboração se comunica melhor utilizando faces, vértices, diagonais e chegando a sólidos em três dimensões, como a foto abaixo.

Com canudinhos elaboraram-se sólidos, aqui um de base um pentágono e faces triangulares
  Apresentar a arte himmeli pode ser, sim, uma alternativa de agregar valor ao material reciclável coletado; com dedicação e cuidado na construção levaria a uma atividade de artesanato ao seu trabalho em prol do meio ambiente. O empreendimento dos catadores de ter encontrado uma forma legal de ganhar dinheiro, porém pouco e com alto risco para sua saúde, deve incentiva-los para buscar uma boa administração na coleta e com o reuso, mais arte e a observação por demanda de novos objetos úteis eles poderiam vende-los a maior preço melhorando sua remuneração.  
No més de outubro receberam-se livros bem elaborados, atuais e de autores responsáveis que são  utilizados, pelo ensino a distancia gratuito e de qualidade, e foram colocados a disposição dos interessados na UENF, no nosso Centro de Triagem e no Restaurante Universitário, com a devida autorização dos doadores e da Prefeitura do campus, como se mostra na foto. 
Livros a disposição de estudantes,professores e visitantes dpredio P5 da UENF
  



sexta-feira, 5 de junho de 2015

Dia do Meio Ambiente: Associações e cooperativas de catadores composta por laços de solidariedade e apoio dos próprios e das lideranças sustentáveis da sociedade!

 5 de junho dia Mundial do Meio Ambiente, nos serve para refletir e lembrar que não há como "vislumbrar perspectivas no caminho da sustentabilidade do planeta. Perspectivas que, no entanto estarão sob contínuos riscos. Alguns desses riscos são a contínua e equivocada exploração de recursos naturais, quebra da produção de alimentos por secas e inundações induzidas pelas mudanças climáticas [1]", incentivo ao consumismo e a descartabilidade dos bens que aumenta a geração de lixo com a consequente poluição de solo e água nas cidades urbanas. 


A celebração desta data será  falando dos "catadores, pessoas que dedicam toda sua força de trabalho, na identificação de materiais reusáveis e recicláveis no lixo, em busca do seu sustento e identificando a verdadeira sustentabilidade socioambiental, quem ainda tem de lutar pelo seu reconhecimento e valorização do trabalho que realizam.  Eles são responsáveis por grande parte de todo o material que as indústrias de reciclagem operam no Brasil. Desta forma, converteram o resíduo sólido como bem de valor social, gerador de trabalho e de renda e promotor de cidadania

Catadores trabalhando no aterro controlado de Codin, Campos-RJ em outubro 2006


Os que conhecem a realidade dos catadores no pais, aclamam as palavras do Papa Francisco pronunciadas no 'Encontro Mundial de Movimentos Populares', realizado no Vaticano, em Roma, de 27 a 29 de outubro de 2014, onde garantiu seu apoio aos movimentos sociais e afirmou que "as causas estruturais da pobreza, desigualdade, desemprego, falta de terras e habitação, recusa de direitos sociais e trabalhistas precisam ser combatidas". No evento uma das 150 organizações participantes foi o sindicato de catadores de Pune, na Índia, onde Rebeca Kedari Thomas, catadora da Pune compartilhou sua luta para realizar seu trabalho de catadora e pelo reconhecimento de sua prefeitura e por direitos básicos, [2]. 


Em Brasil uma revolução silenciosa composta por laços de solidariedade e apoio mútuo, lemas do Movimento Nacional dos Catadores de Materiais Recicláveis pela força de suas convicções, que valoriza o trabalho de agente ambiental dos catadores, está orientando e dando respaldo para que eles se organizarem em cooperativas a exemplo da Cooperativa de Reciclagem Nova Esperança, em São Paulo, que tem mudado a vida de tantas outras pessoas Brasil afora que sustentam suas famílias em Cooperativas de Reciclagem, [3].   A Associação Reciclar-Campos, em Campos dos Goytacazes recebeu o espaço construído para galpão de triagem dia 3 de junho, ver fotos.


 Localizado em bairro, próximo ao lixão fechado, na foto o espaço que abrigará o galpão de triagem da Associação reciclar -Campos


Parte da Reciclar -Campos que assumirá o trabalho no galpão, após de três anos "sem lixo" do Lixão de Codin. 

Com a orientação e sustento do Projeto de Pesquisa e Extensão “Apoio à  Organização  dos  Catadores  de  Campos”,  da  UFF/Campos, coordenado pela professora  Érica Almeida e o apoio UENF, os catadores que ficaram fora do "lixão", em 16 de junho de 2012, lutaram pelo reconhecimento e direitos de participação na coleta seletiva da cidade. Sob o amparo da Lei 12305/2010 da Política Nacional de Resíduos Sólidos os catadores com persistência e acreditam que trabalhando em cooperativas podem mudar seu serviço e suas vidas com dedicação, luta e apoio da sociedade terminando com a exclusão e marginalização ao trabalho de catador! 
Pelo aprofundamento da coleta seletiva com a inclusão do catador na Prefeitura de Campos dos Goytacazes! 


[1] Voltolini, R. Conversas com Líderes Sustentáveis Senac, São Paulo, 2011
[2] http://globalrec.org/2014/10/29/a-waste-picker-from-pune-shared-her-struggle-with-pope-francis/ 
[3] Mensagem do 03 de junho 2015. no Facebook do MNCR, em memória da catadora Dona Selma Maria de Jesus. 






quarta-feira, 20 de maio de 2015

Divulgação para o Fortalecimento da Reciclagem comemorou o dia 17 de maio!

O Dia Internacional da Reciclagem foi instituído pela UNESCO  (Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência, e a Cultura), foi comemorado no dia 17 de maio. 
Essa data foi criada para a reflexão sobre as questões ambientais, sobre o consumismo e alternativas para mitigação de impactos: como o consumo consciente e redução do desperdicio.
Todo o processo de geração, coleta, triagem, armazenamento e distribuição dos resíduos resultam em problemas sociais, ambientais e econômicos. Sabe-se que todas as atividades humanas geram resíduos, portanto em quase todos os lugares há a possibilidade dos residuos, sem um planejamento e gestão adequada, podem causar problemas. Para evitar e/ou diminuir esse risco, é preciso lembrar da necessidade de aderirmos as atitudes relacionadas aos conceitos pautados pela Agenda 21 (ECO-92): Reduzir, Reutilizar e praticar a Coleta Seletiva, que nada mais é que a separação dos materiais para efetuar a Reciclagem e/ou a destinação correta. A reciclagem, que necessariamente é um procedimento industrial, consegui recuperar materiais e voltar para o ciclo produtivo evitando a retirada de mais recursos naturais e diminui o consumo de energia elétrica [1].
Na cidade de Rio de Janeiro a Recicloteca - Centro de Informações sobre Reciclagem e Meio Ambiente- [1] comemora a data desde 2013. realizando atividades sobre coleta seletiva e reciclagem em instituições de ensino dos bairrios de Botafogo e Flamengo..
A seguir se publica o poster de comemorção da Associação Brasileira de Engenharia Sanitária de  2014

Em Manaus o domingo 17, um abraço simbólico ao Teatro Amazonas celebrou a data, o evento ressaltou a importancia da Reciclagem e a valorizaçao dos trabalhadores que desenvolvem a coleta seletiva, triagem e armazenagem: os catadores!
Um abrarço simbólico em torno ao Teatro Amazonas, de catadores do MNCR e estudantes [2].  

Composta, em média, por 400 catadores, segundo a coordenadora do Comitê Estadual dos Catadores de Materiais Recicláveis (MNCR), Irineide Lima, a categoria está dividida em seis associações e três cooperativas responsáveis por receber e triar os materiais recicláveis da cidade [2]. 
Dois catadores independentes recebem material do Projeto- Coleta Seletiva da UENF, uma vez por semana..
equipe do Projeto de Extensão, que operacionaliza a coleta seletiva na Uenf, vem fazendo entregas do papelão coletado, uma vez por semana, a catadores vizinhos do campus reconhecendo neles sua iniciativa e sua importância na cadeia da indústria de reciclagem. 


Com a reciclagem se completa a agregação de valor para os materiais descartados pelos usuários. Tal ganho de valor se inicia com a separação dos resíduos (feita pelo cliente), a coleta (feita pelos catadores) e termina com os procedimentos de reciclagem, 

[1] http://www.recicloteca.org.br/noticias/17-de-maio-o-dia-internacional-da-reciclagem/
[2] http://new.d24am.com/amazonia/meio-ambiente/abraco-simbolico-teatro-amazonas-celebra-diamundial-reciclagem/134086