5 de junho dia Mundial do Meio Ambiente, nos serve para refletir e lembrar que não há como "vislumbrar perspectivas no caminho da sustentabilidade do planeta. Perspectivas que, no entanto estarão sob contínuos riscos. Alguns desses riscos são a contínua e equivocada exploração de recursos naturais, quebra da produção de alimentos por secas e inundações induzidas pelas mudanças climáticas [1]", incentivo ao consumismo e a descartabilidade dos bens que aumenta a geração de lixo com a consequente poluição de solo e água nas cidades urbanas.
A celebração desta data será falando dos "catadores, pessoas que dedicam toda sua força de trabalho, na identificação de materiais reusáveis e recicláveis no lixo, em busca do seu sustento e identificando a verdadeira sustentabilidade socioambiental, quem ainda tem de lutar pelo seu reconhecimento e valorização do trabalho que realizam. Eles são responsáveis por grande parte de todo o material que as indústrias de reciclagem operam no Brasil. Desta forma, converteram o resíduo sólido como bem de valor social, gerador de trabalho e de renda e promotor de cidadania.
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Catadores trabalhando no aterro controlado de Codin, Campos-RJ em outubro 2006
Os que conhecem a realidade dos catadores no pais, aclamam as palavras do Papa Francisco pronunciadas no 'Encontro Mundial de Movimentos Populares', realizado no Vaticano, em Roma, de 27 a 29 de outubro de 2014, onde garantiu seu apoio aos movimentos sociais e afirmou que "as causas estruturais da pobreza, desigualdade, desemprego, falta de terras e habitação, recusa de direitos sociais e trabalhistas precisam ser combatidas". No evento uma das 150 organizações participantes foi o sindicato de catadores de Pune, na Índia, onde Rebeca Kedari Thomas, catadora da Pune compartilhou sua luta para realizar seu trabalho de catadora e pelo reconhecimento de sua prefeitura e por direitos básicos, [2].
Em Brasil uma revolução silenciosa composta por laços de solidariedade e apoio mútuo, lemas do Movimento Nacional dos Catadores de Materiais Recicláveis pela força de suas convicções, que valoriza o trabalho de agente ambiental dos catadores, está orientando e dando respaldo para que eles se organizarem em cooperativas a exemplo da Cooperativa de Reciclagem Nova Esperança, em São Paulo, que tem mudado a vida de tantas outras pessoas Brasil afora que sustentam suas famílias em Cooperativas de Reciclagem, [3]. A Associação Reciclar-Campos, em Campos dos Goytacazes recebeu o espaço construído para galpão de triagem dia 3 de junho, ver fotos.
Localizado em bairro, próximo ao lixão fechado, na foto o espaço que abrigará o galpão de triagem da Associação reciclar -Campos
Parte da Reciclar -Campos que assumirá o trabalho no galpão, após de três anos "sem lixo" do Lixão de Codin.
Com a orientação e sustento do Projeto de Pesquisa e Extensão “Apoio à Organização dos Catadores de Campos”, da UFF/Campos, coordenado pela professora Érica Almeida e o apoio UENF, os catadores que ficaram fora do "lixão", em 16 de junho de 2012, lutaram pelo reconhecimento e direitos de participação na coleta seletiva da cidade. Sob o amparo da Lei 12305/2010 da Política Nacional de Resíduos Sólidos os catadores com persistência e acreditam que trabalhando em cooperativas podem mudar seu serviço e suas vidas com dedicação, luta e apoio da sociedade terminando com a exclusão e marginalização ao trabalho de catador!
Pelo aprofundamento da coleta seletiva com a inclusão do catador na Prefeitura de Campos dos Goytacazes!
[1] Voltolini, R. Conversas com Líderes Sustentáveis Senac, São Paulo, 2011
[2] http://globalrec.org/2014/10/29/a-waste-picker-from-pune-shared-her-struggle-with-pope-francis/
[3] Mensagem do 03 de junho 2015. no Facebook do MNCR, em memória da catadora Dona Selma Maria de Jesus.
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