quinta-feira, 20 de março de 2014

Coleta Seletiva diminui o aquecimento do planeta e a falta de água: Dia Mundial da Água

É notório que quando se evita o desperdício de papel, água e energia se está poupando os recursos disponíveis na natureza e, também preservando a vida das futuras gerações. Porém o que não é evidente é que com o aumento da população, das cidades, o lixo dos centros urbanos tem uma relação direta com as mudanças climáticas, com as emissões de carbono e com o aquecimento do planeta.  

A coleta seletiva de materiais descartados, comumente chamado de lixo ou resíduos, além de ter sido uma oportunidade de inclusão social e econômica de muitas pessoas (os catadores e sucateiros), põe em pratica o tratamento e a triagem adequada do lixo que resultaram em reconhecidos mecanismos capazes de prevenir a extinção da vida no planeta [1]. 

É reconhecido que a coleta seletiva prepara e disponibiliza materiais para a indústria da reciclagem e é a reciclagem que evita uma parte efetiva dos processos de produção. Lembre-se, por exemplo, as latas de alumínio que ao serem recicladas consomem 95% menos energia elétrica, pois são refeitas do alumínio de outras latinhas e evitam  a extração de novo minério (a bauxita) que não é renovável. A maioria dos processos produtivos produzem direta ou indiretamente gás carbônico (CO2) e metano (CH4), gases nocivos do efeito estufa, entre outros. Assim, toda vez que uma parte do processo de produção é eliminada, numa indústria, é possível contabilizar um controle responsável do aquecimento global, [2].
 
Há anos escuta-se que as mudanças no clima terão impacto direto nos sistemas hídricos do planeta, seja pela falta ou pelo excesso de água, e esse processo já começou. Esse foi um alerta da organização não-governamental Fundo Mundial WWF (World Wide Fund for Nature) que recomenda assegurar a quantidade e qualidade da água requirida evitando a contaminação e a fragmentação dos rios , lagos , áreas úmidas e aquíferos, [3].
Lembrar, por exemplo, que no Brasil, em novembro de 2008, o Vale de Itajaí sofreu inundações e em dezembro de 2013 as chuvas causaram alagamentos nas cidades de Viana, Laranja da Terra e Governador Linderberg; houveram deslizamentos em Castelo e Vila Velha, Espírito Santo, [4]. O mesmo aconteceu em cidades de Minas Gerais por causa de chuvas que só se comparam àquelas que aconteceu em 1979, [5]. Recentemente divulgou-se a preocupação pela estiagem na região de Rio de Janeiro e São Paulo e acusam dificuldades para garantir o abastecimento da água nas capitais desses estados. Esta situação provocou a diminuição do nível de produção de industrias nesses estados, foi o caso do caso da industria química Rhodia que interrompeu a produção do complexo industrial de Paulina, em fevereiro 2014, [6].  Na foto os extremos de enchentes e seca.
Foto da matéria jornalistica 'Enchente na Amazônia e seca no Nordeste intriga pesquisadores'. Fonte: De Olho No Tempo - Meteorologia, 21/05/2012.

Uma resposta aos impactos atuais e potencias das mudanças do clima, foi denominada como adaptação as mudanças climáticas. Elas podem assumir varias formas, podem ser arquitetônicas, de engenharia ou até a de proteção a ecossistemas (preconizada pela WWF). No Brasil, pode ser considerado um mecanismo de adaptação as mudanças climáticas  Lei Federal N° 12305/2010, da Política Nacional de Resíduos Sólidos (PNRS). A PNRS é o marco legal que considerada uma resposta para diminuir a contaminação do solo e do lençol freático (águas do subsolo) e regula o destino do lixo, dirigindo-o para a recuperação do valor social e econômico e reivindica o trabalho realizado por catadores há mais de 50 anos! 
Uma forma de diminuir a emissão dos gases que causam o efeito estufa é a  implantação da separação de resíduos e a coleta seletiva com o que se contribuirá na redução dos impactos desta mudança climática!  

Em 22 de março, Dia Mundial da Água, comemore separando seus resíduos secos e encaminhe-os para os catadores que sabem do valor dos materiais, não descarte seu lixo em córregos o mananciais de água!  Assim preservaremos a qualidade de nossas fontes de água!

Foto da Cachoeira de Imbé, em Campos, retitada do Blog de Roberto Moraes

[1] http://www2.camara.leg.br/responsabilidade-social/ecocamara/noticias/lixo-e-aquecimento-global-qual-a-relacao-1
[2] http://aguadonadavida.blogspot.com.br/2009/03/agua-e-aquecimento-global-por-wwf.html
[3] http://www.wwf.org.br/natureza_brasileira/reducao_de_impactos2/clima/mudancas_climaticas_resultados/negociacoes_de_clima/convencao_clima_2010/?26923/agua-e-adaptacao-as-mudancas-climaticas-na-pauta-de-cancun
[4] http://www.es.gov.br/Noticias/166957/defesa-civil-estadual-divulga-novo-relatorio-sobre-chuvas-no-espirito-santo.htm
[5] http://www.valadares.mg.gov.br/current/noticias/3877-situacao_se_agrava_em_valadares_choveu_em_dezembro_510_mm_316_a_mais_do_que_o_normal
[6] http://exame.abril.com.br/economia/noticias/falta-de-chuva-compromete-producao-industrial-em-sp?page=2

sexta-feira, 7 de março de 2014

Dia Internacional da Mulher: Catadoras do "lixão" da Codin lutam pela dignidade e exercício de sua profissão.

As catadoras da Associação Reciclar, de Campos dos Goytacazes, são dignas representantes da luta pelos direitos das mulheres com coragem e determinação. Elas organizaram-se, há quase dois anos, com apoio da Professora Érica Almeida, quem coordena uma equipe de pesquisa constituída por professores e alunos da UFF, por professores da UENF e principalmente o apoio do Movimento Nacional de Catadores de Materiais Recicláveis (MNCR). Foi a persistência delas, que após de 18 meses do fechamento do lixão conseguiram, em ato público, a assinatura de termo de parceria com a Prefeitura que se comprometeu, até maio 2014, a construir e equipar um galpão para triagem e licenciar materiais recicláveis captados, na coleta seletiva realizada pela empresa Vital Engenharia.
Catadores mobilizados, em frente da Prefeitura de Campos, em 21 de junho 2012

Em 25 de fevereiro. dia da assinatura de termo de parceria com a PMCG [1]
Elas lutam pela Coleta Seletiva Solidária executada por associações e/ou cooperativas autogestionárias de catadoras e catadores. Esta luta vislumbra um novo modelo de gestão integrada de resíduos sólidos da cidade que execute a inclusão dos catadores que há mais de 20 anos vieram tirando seu sustento da catação do lixo. Lutam por uma política pública capaz de apoiar todas(os) as(os) catadoras(es), desde aqueles que realizam um trabalho autônomo, ou estiveram ou estão trabalhando em lixões ou na rua, até aqueles em processo avançado de organização.
Logo do MNCR em homenagem ao dia da Mulher [2]

Esclarecidas dizem não à incineração, pois não aceitam a queima, dos resíduos, ao reconhecer, por experiencia própria, que são uma fonte de riqueza e aumentaria a poluição do meio ambiente. Defendem o seu sustento de vida e a sustentabilidade do planeta. Dizem não à privatização da coleta dos resíduos recicláveis e acreditam que a gestão dos resíduos deve ser executada com a participação da sociedade. Dizem não às tecnologias caras, ineficientes e que excluem as(os) catadoras(es). 
A catadora Maria Monica recebe prémio Living Legacy da Woman International Center
pelo seu trabalho de promoção de justica ambiental e apoio a reciclagem em São Paulo, [3]
Portanto, no Dia Internacional da Mulher, reafirmam o compromisso com os direitos das mulheres e fazem sua caminhada com coragem, seguras de sua profissão.de catadoras e cientes de que precisam se preparar para sua autogestão para se manter no mercado de recicláveis. Defendem os direitos humanos, a dignidade e valor presente em todas as pessoas e os direitos iguais para homens e mulheres!


[1] http://www.campos.rj.gov.br/exibirNoticia.php?id_noticia=23752
[2] http://www.mncr.org.br/box_2/noticias-regionais/8-de-marco-mulheres-em-luta-pela-reciclagem-popular
[3] http://globalrec.org/pt-br/2014/02/28/um-dia-de-celebracao-364-dias-de-luta/