quarta-feira, 30 de novembro de 2011

Cuidados na hora descartar lâmpadas fluorescentes queimadas

As lâmpadas contendo mercúrio são consideradas: resíduos perigosos Classe I (NBR 10.004/04) (1) -(2) e atribui-se a responsabilidade do seu descarte a quem as gera. Isto significa que as empresas e organizações em geral possuem responsabilidade sobre a forma de armazenamento, transporte e especialmente sobre a forma de encaminhamento ao destino final das lâmpadas, Artigo 33, inciso V da Lei 12305/2010 Política Nacional de Resíduos Sólidos. Portanto, as lâmpadas devem ser armazenadas de forma a evitar sua quebra, transportadas em veículos especiais licenciados pelos órgãos competentes, e quem as recebe, também deve possuir licenciamento ambiental e outros critérios técnicos atendidos.

O consumidor também precisa ter cuidados no manuseio e uso das lâmpadas fluorescentes e quando queimadas acondicioná-las em caixas de papelão, preferencialmente nas embalagens originais. Se houver quebra de uma delas, o que libera o vapor de mercúrio no ar, recomenda-se seguir os procedimentos recomendados pela Associação Brasileira de Importadores de Produtos de Iluminação - ABilumi (3), nessa circunstância, enumerados em continuação.

- Não usar equipamento de aspiração para a limpeza;

- Logo após o acidente, abrir todas as portas e janelas do ambiente, aumentando a ventilação;

- Ausentar-se do local por, no mínimo, 15 minutos;

- Após 15 minutos, colete os cacos de vidro e coloque-os em saco plástico. Procure utilizar luvas e avental para evitar contato do material recolhido com a pele;

- Com a ajuda de um papel umedecido, colete os pequenos resíduos que ainda restarem;

- Coloque o papel dentro de um saco plástico e feche-o;

- Coloque todo o material dentro de um segundo saco plástico. Assim que possível, lacre o saco plástico evitando a contínua evaporação do mercúrio liberado;

- Logo após o procedimento, lave as mãos com água corrente e sabão.

Lembrar que além de ter (apenas 20mg de) mercúrio nas lâmpadas fluorescentes, também contêm mercúrio as lâmpadas de vapor de mercúrio propriamente ditas, as de vapor de sódio e as de luz mista. O risco para a saúde aumenta pelo efeito acumulativo e persistente de varias lâmpadas quebradas ou do descarte delas em aterros. Por esse motivo as lâmpadas que contêm mercúrio já devem ser separadas, na origem, do lixo orgânico e dos materiais tradicionalmente recicláveis, como vidro, papel e plásticos.

Na cidade e Rio de Janeiro e Niterói a empresa Ampla Distribuidora de Energia Elétrica e a empresa Ideia Cíclica, executam o trabalho de descontaminação de lâmpadas fluorescentes queimadas de condomínios, prédios e instituições públicas de forma gratuita. Com a descontaminação o material torna-se inofensivo à saúde pública. Além disso, o alumínio, o vidro e o pó de fósforo resultantes do processo e da triagem poderão ser reaproveitados para produção de novas lâmpadas ou de outros produtos

(1) NAIME, R. e GARCIA, A.C Revista Espaço para a Saúde, Londrina, v.6, n.1, p. 1-6, dez. 2004

(2) Apliquim Brasil Recicla http://www.apliquimbrasilrecicle.com.br/empresa/

(3) Abilumi http://www.abilumi.org.br/

quarta-feira, 23 de novembro de 2011

CooperCodin: catadoras assumem desafio para firmar sua auto-estima e cidadania

Na quinta feira 17 de novembro foi realizada uma Assembleia de catadoras, do Aterro Controlado de Codin, na quadra de esportes do Colégio Pedro Álvares Cabral, no bairro Terra Prometida. Na pauta da reunião, a escolha dos representantes do Diretório ou Conselho Administrativo e apresentação do modelo de estatuto para próxima deliberação e aprovação. Foram eleitas por unanimidade pelos membros da assembleia. A seguir, a relação dos membros eleitos e a designação a ser usada:
Presidente: Deise Nogueira dos Santos
Vice-presidente: Andrea Souza Santos
Secretária: Marileia da Silva Cordeiro.
A reunião contou com a presença de mais de 23 catadoras, e aconteceu após o serviço diário delas. A assembleia foi dirigida pelo catador Custódio da Silva Chaves do MNCR-RJ e estiveram presentes na eleição o Secretário Municipal de Serviço Público, Zacarias de Albuquerque; Giselda Leão, representando a Secretária Municipal de Trabalho e Renda; Irecy dos Santos Silva Damasceno da Secretaria Municipal de Família e Assistência Social e as ex-funcionárias da empresa Vital Engenharia Ambiental: Marza Batista e Lourdes Castilho.
As catadoras, presentes na assembleia, prJustificaroximamente ficarão sem acesso ao seu local de trabalho, de mais de 20 anos, com o fechamento do Aterro Controlado, em Codin, e agora com a Lei Federal 12305, da Politica Nacional de Resíduos Sólidos, para exercer seu trabalho terão que adquirir formalidade através de associações ou cooperativas e buscar outro local de para trabalhar.

O Conselho Municipal de Assitencia Social (CMAS), representada pela professora da UFF Érica Almeida, em contato com o Movimento Nacional de Catadores de Materiais Recicláveis (MNCR-RJ) vem apoiando as catadoras do aterrro em Codin. Nas últimas cinco semanas, quatro membros do MNCR-RJ entre eles Custódio da Silva Chaves, um dos coordenadores do movimento e presidente da cooperativa CooperGericinó, localizada em Bangú, trabalharam e dialogaram com as catadoras no próprio aterro, conquistando a confiança delas que, reconheceram a necessidade de formar uma cooperativa.

O nosso Projeto de Extensão, a convite, esteve presente neste evento histórico, e ficou a disposição da CooperCodin para o apoia-la, dentro de suas possibilidades. As catadoras iniciaram um projeto desafiador e complexo: o Trabalho Cooperativado, mas não ficarão desamparadas porque a conjuntura legal e ambiental irá ajudar a estas corajosas catadoras, que desejam chegar com sua profissão ao reconhecimento e a independência económica. Elas terão a preparação e apoio dos que reconhecem o serviço valioso de um catador, pois aumentam a vida útil de produtos descartados e, sendo um elo na logística reversa da indústria de reciclagem, e após da triagem colocados a disposição de sucateiros e das fábricas recicaldoras.