sexta-feira, 27 de dezembro de 2013

Valorização do Trabalho do Catador no Expo Catadores 2013


A ferramenta que reúne as ações e meios para viabilizar a coleta e a devolução dos resíduos sólidos (embalagens e produtos em desuso) ao setor empresarial, para reaproveitamento ou outra destinação ambientalmente adequada, é a Logística Reversa. Ela é o instrumento mais importante da Lei Federal 12305/2010 da Política Nacional de Resíduos Sólidos (PNRS) e aquele que garantirá que os materiais descartados nos domicílios e nas indústrias das cidades possam ser reaproveitados diminuindo impactos ambientais e a exclusão social dos catadores quem, há anos, trabalham sem o devido reconhecimento. Em torno da implantação efetiva dela sua regulamentação e avaliação de custos ainda existem debates, ao mesmo tempo a determinação de responsabilidades de vários tipos de resíduos ainda estão em discussão; por exemplo, lixo eletrônico, remédios e medicamentos fora da validade lâmpadas, etc. [1]  

Na 12° Edição do Festival de Lixo e Cidadania, ocorrida em Brasilia entre o 28 e 31 de outubro, Zilda Maria Veloso responsável do Departamento de Ambiente Urbano (DAU) da Secretaria de Recursos Hídricos e Ambiente do Ministério de Meio Ambiente manisfestou:"É legítimo o pleito dos Prefeitos, assim como é legítima a reivindicação dos catadores.  Todos que participarem da logística reversa terão que ser remunerados." Finalmente comprometeu-se: "Não vou negociar com os prefeitos e deixar os catadores de fora."[2]   
  
De 18 a 20 de dezembro realizou-se o evento EXPO CATADORES 2013, em ANHEMBI – Centro de Exposições – Pavilhão Oeste São Paulo-SP. Evento que se iniciou em 2009 com o título Revira Volta Expo Catadores é organizado pela Associação Nacional de Carroceiros e Catadores de Materiais Recicláveis (ANCAT) e o Movimento Nacional dos Catadores de Materiais Recicláveis (MNCR).[3]

Autoestima de quem enxergou uma oportunidade econômica e de preservação de recursos naturais
A presença da Presidente Dilma Roussef e Ministros de Estado prestigiaram a Expo Catadores 2013, 19-dez.

Neste evento, também conhecido como Revira Volta participaram três representantes da Associação de Catadores RECICLA CAMPOS. As catadoras conseguiram estar presente no evento com o incentivo e apoio do Projeto de Pesquisa e Extensão da Professora Érica Almeida, da UFF, em parceria com professores da UENF e o apoio do MNCR de Rio de Janeiro. Os pontos de destaque, a considerar, foram os seguintes objetivos específicos do evento:
- Divulgar Novas tecnologias Sociais na área da Coleta Seletiva e Reciclagem
- Proporcionar visibilidade do Valor da Profissionalização do Catador na visão do negocio Inclusivo Solidário
- Proporcionar espaço de discussão de Políticas Públicas relacionadas ao trabalho do Catador.[4]
Estes objetivos claramente identificados pelas representantes de Campos que sentem como afetou o fechamento, há 18 meses, do lixão da Codin, sem preparar as alternativas de renda para os catadores idosos, doentes e aqueles que desejam continuar no serviço de triagem, coleta e separação de resíduos para beneficio do meio ambiente e do saneamento da cidade de Campos. 

sábado, 21 de dezembro de 2013

Festas de Final de Ano: Planejamento e Reutilização reduzem gastos e afirmam consumo consciente

O projeto de Extensão Rumo à Gestão Ambiental da UENF: coleta seletiva uma ação de saneamento ambiental, elabora produtos para a celebração das festas de final de ano. Neste ano foi aproveitado um grande numero de pastas  plásticas que foram chegando para triagem  no trabalho de coleta de materiais recicláveis, atividade executada, de segunda sexta uma vez por dia, no campus da Universidade Estadual do Norte Fuminense Darcy Ribeir. Adicionalmente, são organizadas as tarefas de confecção de protótipos de produtos artesanais com os materiais recicláveis coletados. Desta maneira, esta última tarefa que tem a finalidade de agregar valor aos resíduos coletados, via pesquisa, inventiva e qualidade na confecção dos produtos.

Preparando cisnes em origami modular, com folhas de papel coletadas.
Cisnes com folhas de revistas e folhas de relatórios acadêmicos.
Pastas plásticas para a árvore de Natal do Centro de Triagem. 
Árvore sendo enfeitada para criar o ambiente das Festas 
Preparando cartões de mensagens para os colaboradores da Coleta Seletiva.
Cartões preparados usando as técnicas kirigami e colagem.

A equipe que planeja e executa as atividades deste Projeto de Extensão deseja a todos os leitores 
BOAS FESTAS! E PRÓSPERO ANO 2014!
Exorta-se a separar os resíduos e a entrega dos meterias recicláveis para Coleta Seletiva que apoie Associações de catadores! Essa é uma pratica do consumo consciente e inclusão social.  

terça-feira, 10 de dezembro de 2013

A prática do consumo consciente se inicia com a separação do lixo



Nelson Mandela (1918- 5 dezembro 2013)

No mês de dezembro, a maioria das instituições e empresas fazem um balanço dos resultados do ano que esta terminando e projeta o que se deseja no ano 2014. Para tal, é importante ter foco na comunicação interna, os relacionamentos interpessoais e a relação entre os chefes e os colaborados. Em caso dos pontos levantados não irem bem, não haverá confraternização, só obrigação. No caso do amigo secreto, também, a falta de descontração e de afinidade entre os participantes poderá provocar até situações constrangedoras nada positivas para uma equipe. 
Mas, qualquer que seja o evento que se decida realizar, este é um bom momento para não perder o foco: de continuar praticando  um consumo sustentável. Sendo que esta prática se vê reforçada quando há uma experiencia com a separação dos resíduos que cada uma das atividades humanas produz. 
A seguir relaciona-se umas praticas de consumo consciente, são adaptações elaboradas sobre o artigo Dicas para o Consumo Consciente encontradas em [1].  
- Estar convencido do seu real objetivo quando for fazer uma compra, quer dizer, ter certeza de sua real necessidade.
- Dê preferência para produtos de maior durabilidade e de origem conhecida, ou seja, de fornecedores responsáveis. 
- Dê preferência para produtos de maior durabilidade e de origem conhecida. Procure saber mais do produto, busque se possui certificações (por exemplo, Inmetro, selo Verde, selo de produto orgânico, etc. Saiba sobre suas assistências técnicas e garantias). Assim evita comprar produtos que vem de contrabando.
- Nestas Festas, Natal e dia de Reis Magos, evite muitos embrulhos e embalagens para seus presentes (consumem papel, papelão e fitas em excesso)
- Mude de pensamento: "eu trabalho duro todo dia, eu mereço!"; em relação a compensação de uma semana árdua e tensa de trabalho com um passeio no shopping, adquirindo roupas e acessórios que te fazem sentir mais atraente, ou até mesmo com um artigo de decoração para tua sala. Pense que merece, sim, mais tempo de qualidade junto com a sua família, ter mais tempo livre para fazer exercícios e correr no parque, mais tempo de conversa com os amigos e merece ser feliz!  Como toda criatura do universo o mesmo que as árvores e as estrelas [2] , tem direito a um lugar no planeta ou na galaxia .
Abrace a separação de resíduos e o consumo consciente!

[2] Max Ehrmann (1927) Desiderata (desejos ou aspirações).

terça-feira, 26 de novembro de 2013

Perigos na implantação da Lei de Resíduos Sólidos: Preconceito, Descaso e Incineração

O Blog do Movimento Nacional de catadores de Materiais Recicláveis (MNCR) publicou, na segunda feira 25 de novembro 2013, sobre a situação dos catadores da cidade de Uruguaiana no estado de Rio Grande do Sul, a 650 km ao oeste da cidade de Porto Alegre.  A situação dos catadores no município é uma das mais difíceis do país.  
Há mais de 50 anos os catadores recolhem materiais recicláveis nos vários lixões criados por essa cidade. Os últimos dois locais usados como lixões são os que mais têm complicações, um deles, que ficou ativo desde os anos 80 até o ano 97, se tornou em bairro, onde moram os catadores. O outro lixão, o ultimo, esta com seus dias contados. A Prefeitura programou encerrar as atividades do lixão até o dia 30 deste mês. E, ainda, a prefeitura  esta em negociações com uma empresa espanhola para incinerar todos os resíduos da cidade. O lixão tem uma média entre 150 a 300 catadores, sendo que 75 deles estão organizados na Associação dos Catadores Amigos da Natureza - ACLAN desde o ano 2003, se tornando uma Base Organiza do MNCR.
Há mais de 10 anos diversos Prefeitos prometem uma solução que reconheça o trabalho realizado pelos catadores, mas nada mudou embora a defesa da coordenadora estadual do MNCR e coordenadora da ACLAN, Maria Tujira, quem se tornou um símbolo na luta destes catadores, fazendo diversas articulações, juntamente com outros militantes do MNCR. 
Por estes motivos, o MNCR convoca a todos para se solidarizarem com os catadores, apoiando a semana de mobilização e solidariedade com os catadores de Uruguaiana, para que se defina de uma vez por todas toda esta situação [1].

Na cidade de Campos RJ, a Prefeitura fechou o lixão que funcionou por mais de 30 anos em 16 de junho de 2012. O fechamento sem o planejamento e previsão dos efeitos devastadores, nos aspectos moral e econômicos, em mais de 500 catadores e suas famílias criando-se excelentes condições de assistencialismo politico, uma tradição na cidade. 
Até o momento não se resolveram as reivindicações (i) que contemplam os catadores idosos e/ou com limitações de saúde;  (ii) incluir os catadores na ampliação da coleta seletiva seletiva já praticada pela empresa Vital Engenharia nem (iii) deram apoio aos catadores que querem se dedicar à coleta, triagem e negociação dos recicláveis que contraria os interesses de empresários locais. Há mais de um 17 meses que catadores com alto garu de conhecimento na triagem de materiais recicláveis assistem ao desperdício do local equipado para triagem e transbordo, construído no bairro Codin que a empresa Vital, agora sem serventia. E desde julho está em discussão um contrato da Prefeitura com os representantes da Associação Reciclar-Campos para a construção e equipamento de um galpão para este catadores começarem a exercer sua profissão com a coleta, triagem e negociação dos materiais que tornará os membros da Associação em cidadãos independentes do assistencialismo [2].
O trabalho de associações e/ou cooperativas de catadores deverão enfrentar (i) à necessidade de assegurar grandes volumes, (ii) frequência de entrega segura de recicláveis além da (iii) diminuição de postos de trabalho por causa da mecanização da triagem [3] e a decisão política de (iv) incineração dos resíduos. Para uma bem sucedida defesa contra este riscos é preciso de preparação permanente em técnicas de organização, administração e especialização no uso de sistemas de informação. Quanto ao aspecto social continuara a luta contra o preconceito de algumas autoridades sobre a capacidade e foco dos catadores que reconhecem valor ambiental, social e econômico no serviço que desenvolvem! 

sábado, 16 de novembro de 2013

Os catadores reciclam materiais sólidos e pessoas:visão de Leonardo Boff

Publica-se, a seguir, a matéria postada por Leonardo Boff, em 7 de novembro em seu blog [1]

Dos dias 28 a 30 de outubro celebrou-se em Brasilia o 12° Festival Lixo e Cidadania reciclando por um mundo melhor. Ai estavam mais de mil catadores de material reciclável, extraído dos lixões das cidades, vindos de todas as partes do país. Eu pude participar emocionado pois por muitos anos acompanhei catadores do grande lixão de Petrópolis.
Vendo aquela multidão enchendo uma sala imensa, se abraçando, se conhecendo pela primeira vez ou se reencontrando, alegres e festivos em suas roupas singelas, a grande maioria afrodescendente, eu me perguntava: Quem são esses? De onde eles vêm? E me pareceu escutar uma voz interior, igual aquela do livro do Apocalipse, capítulo 7,13 que diz: ”Estes  são aqueles que vêm da grande tribulação”, os sobreviventes da  onerosa  batalha pela vida, honrados porque corajosos e vitoriosos porque enfrentaram, muitas vezes, sozinhos  árduas lutas para ganhar o próprio sustento e de suas famílias.
No Brasil existem entre 800 mil a um milhão de catadores/as de materiais sólidos e recicláveis. Com o aumento do consumo são gerados muitos resíduos de todo tipo, orgânicos e sólidos como papelão, plásticos, alumínio e vidros que são recicláveis. Calcula-se que cada brasileiro produz 1 kg de lixo por dia, particularmente nos centros urbanos. Segundo o IBGE de 2008 50% dos municípios (5507) possuem lixões a céu aberto. Aí milhares de pessoas, de crianças a idosos, catam o que podem, inclusive alimentos. Essa atividade é altamente perigosa, pois sujeita a doenças infecto-contagiosas. Tenho assistido a disputa de pessoas entre porcos e urubus, num cenário de grande desumanidade. É a consequência de uma sociedadade do consumismo e do desperdício e que não aprendeu a viver os quatro erres: reduzir, reusar, reparar e reciclar.
A desumanidade maior não é serem catadores/as e terem que se contentar com aquilo que é jogado fora por outros. É o estigma que acompanha estes trabalhadores, não raro, considerados mendigos e vadios.
Primeiramente eram totalmente invisíveis. Ninguém os olhava e lhes dava qualquer consideração. Depois com o crescer da consciência, compareceram como trabalhadores que com sua coleta de milhares de kg de resíduos, exerciam uma função ambiental importante: mantinham limpas as cidades e impediam muitos alagamentos de ruas. Por fim foram se organizando em cooperativas e associações e se entenderam como cidadãos e agentes de transformações sociais e ambientais. Ganharam visibilidade e reconhecmento. De 4-6 de junho  de 2001 realizaram em Brasília o 1º Congresso Nacional dos Catadores/as com a participação de 1600 pessoas. Ai se lançou a Carta de Brasília que marca sua identidade e se elencam importantes reivindicações. Notável foi a Marcha em Brasília em 2006 com 1200 pessoas que ocuparam a Praça dos Três Poderes, cobrando direitos e políticas públicas para a categoria. Estas vieram com o Programa Cataforte em 2009 que foi enriquecido no dia 31 de julho de 2013 com 200 milhões de reais destinados a empreendimentos de catação de materiais recicláveis, com galpões e caminhões de transporte.
Tais medidas junto com a pressão das entidades, em boa parte, se deve-se ao interesse pessoal do Ministro da Secretaria-Geral da Presidência, Gilberto Carvalho que sempre se empenhou pela causa dos catadores/as. Em Brasília no dia 30 de outubro de 2013 por ocasião do 12º Festival Lixo e Cidadania em seu nome e da Presidenta Dilma Rousseff renovou o compromisso de fortalecer as cooperativas e associações de catadores/as criadas e a serem criadas.
Notável foi o 4º Festival realizado nos dias 5-9 de setembro de 2005 com a presença do Presidente Lula e da Danielle Mitterand, viúva do falecido Presidente francês, enfatizando seus direitos humanos básicos e o provimento dos recursos necessários para um trabalho decente e seguro de catação. Foi ai que a Itaipu Binacional lançou um carro elétrico para catadores/as com capacidade de transportar até três toneladas de materiais durante 8 horas diárias.
 Ato em prol da coleta seletiva com inclusão dos Catadores, em 12 de novembro na Prefeitura de  Campinas [2]

Manifestação em 3 de julho de 2013, pela aplicação da Lei PNRS após fechamento de lixão e por uma coleta Seletiva com participação dos catadores [3]

A grande luta destes trabalhadores é  impedir que grandes empresas que descobriram a catação como um  negócio altamente rentável e em associação com o poder público, se apropriem dos serviços deles, roubando-lhes o ganha-pão e lançando-os novamente na inseguridade. As empresas só se legitimam se incluirem os catadores/as, sem tirarem os valores que os caracterizam como a convivência solidária e os laços de pertença comum que desenvolveram.
Eles vem, sim, da grande tribulação brasileira. Reciclam não apenas materiais sólidos, mas pessoas, na medida em que juntos constroem sua autonomia, resgatam sua dignidade, se inserem na sociedade como verdadeiros “profetas da ecologia” e cidadãos que pensam, discutem seus problemas, decidem lutas comuns e se fazem indispensáveis no tipo de sociedade que criamos. Merecem respeito, apreço e todo o apoio.
Logotipo do perfil no facebook do Movimento Nacional dos Catadores de Materiais Recicláveis [4]
[3] foto extraida do http://www.youtube.com/watch?v=x4_PWID3jkg vídeo da mobilização do 3 de julho.
[4] https://www.facebook.com/catadores?fref=ts visitado em 15 de novembro 2013.

sexta-feira, 1 de novembro de 2013

Pesquisa do IPEA destaca liderança das mulheres na atividade de catador de recicláveis.

O Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada divulgou, em 20 de outubro, resultados da análise da situação social dos catadores dos catadores de materiais recicláveis e reutilizáveis, sobre as  pesquisas levantadas pelo Censo Demográfico de 2010, realizadas pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). 
Os catadores de materiais recicláveis são hoje foco das políticas públicas de geração de renda e formação profissional ao sensibilizarem os poderes públicos sobre a invisibilidade de seu trabalho, por um lado, e o beneficio socioambiental resultado dessa atividade.  A pesquisa analisou o impacto desses trabalhadores e destacou a participação das mulheres nesse contexto.
Mulheres são maioria entre Catadores organizados
Catadores da cooperativa Cruma de Poá, foto do blog MNCR [1]
Ela utilizou os dados do Censo 2010 do IBGE para traçar o perfil dos catadores de materiais recicláveis no Brasil e concluiu que 400 mil trabalhadores se declaram como Catadores de Resíduos, o sexo masculino é predominante entre as pessoas que exercem a atividade de coleta e triagem de resíduos sólidos em todas as regiões do País. Os homens representam 68,9 %  e as mulheres representam o 31,1%. Segundo o IPEA, alguns fatores sociológicos podem explicar essa discrepância desses dados em relação as estimativas, por exemplo, o fato de algumas mulheres exercerem outras atividades, como o cuidado do lar e da família, e entenderem que a coleta de resíduos seja uma mera atividade complementar. Ou seja, muitas mulheres catadoras não se identificaram com a atividade por manterem a identidade de domésticas ou trabalhadoras do lar como trabalho principal. A pesquisa indica também em suas famílias tem cerca de 700 mil crianças sustentadas por meio da renda da coleta de resíduos recicláveis.  
Catadores mobilizados em campos dos Goytacazes em julho de 2012, fora da Ururau Online [2].

O IPEA admite que o número total de catadores pode ser bem maior, uma vez que o Censo considera apenas o que declara o entrevistado, por ser uma profissão ainda pouco valorizada e ainda nova no mercado uma parte dos trabalhadores não se assume como profissional.
As estimativas do Movimento Nacional dos Catadores de Materiais Recicláveis (MNCR) indicam que número  de catadores em atividade, hoje no Brasil, é de um milhão de trabalhadores, dentre os quais 70% seriam mulheres.  A estimativa é compatível com os dados do IPEA quando considerada as trabalhadoras que estão organizadas em cooperativas e associações, a maior parte é  negra ou parda, segundo o IPEA.  “Observei nas visitas às cooperativas que elas aparentam ser mais sensíveis a essas organizações e os homens mais refratários a cumprir uma disciplina de trabalho”, explica Albino Rodrigues Alvarez, coordenador da pesquisa do IPEA. “Por isso as mulheres têm assumido a liderança nas cooperativas”, constata.
As catadoras, em muitos casos arrimos de família, são verdadeiras lideranças comunitárias que agregam, conciliam e organizam outros trabalhadores em seu entorno. A função de administradora familiar vai de encontro com a necessidade das organizações autogestionárias (cooperativas e associações) que hoje vem sendo incluídas formalmente nas políticas públicas e fomentadas pelos Governos.  É recorrente a atuação das mulheres no trabalho de triagem e classificação dos materiais, trabalho que é considerado núcleo principal do processo produtivo das organizações de catadores, por isso também é a função que recebe maior pressão no empreendimento, além de ser uma atividade pouco valorizada frente a funções consideradas “mais pesadas” como a operação de maquinário, deslocamento, carregamento e transporte de materiais funções considerados masculinas. Fonte da postagem [1] e [3]

[1] http://www.mncr.org.br/box_2/noticias-regionais/mulheres-sao-maioria-entre-catadores-organizados-em-cooperativas
[2] http://www.ururau.com.br/cidades17393
[3]http://www.ipea.gov.br/portal/index.php?option=com_content&view=article&id=19853&catid=159&Itemid=75

quarta-feira, 30 de outubro de 2013

Resíduo sólido é gerador de trabalho, emprego e renda: reconhecimento do serviço dos catadores

O Brasil tem 2.906 lixões em atividade e das 189 mil toneladas de resíduos sólidos produzidas por dia apenas 1,4% é reciclado. Mudar esse quadro – acabar com os lixões até 2014 e aumentar o percentual de reciclagem – foi uma das principais metas da 4ª Conferência Nacional de Meio Ambiente, que este ano discutiu a geração e o tratamento dos resíduos sólidos. O evento ocorreu em Brasília, de 24 a 27 de outubro [1].

Logotipo do evento com realizado em Brasilia de 24 até 27 de outubro

O tema ganhou relevância após a publicação da Política Nacional de Resíduos Sólidos (PNRS), instituída pela Lei 12.305, de 2010, que determina que todos os municípios tenham um plano de gestão de resíduos sólidos para ter acesso a recursos financeiros do governo federal e investimento no setor [1].  “Até 2012, apenas 10% dos municípios haviam elaborado os planos municipais de resíduos sólidos. Estamos com a implementação da lei muito comprometida. Ainda existem muitos desafios pela frente”, informou o ministro das Cidades, Aguinaldo Ribeiro na abertura da Conferencia [2]. 

A PNRS traz entre seus princípios o reconhecimento do lixo reutilizável e reciclável como um bem econômico e de valor social, gerador de Trabalho e Renda e promotor da cidadania, o que reflete a importância da indústria da reciclagem que contribui substancialmente para a redução do impacto ambiental quanto ao uso de energia e de recursos naturais (matéria-prima).  
Confraternização ao fianal da 4ta. Conferencia Nacional do Meio Ambiente
Com o intuito de melhorar os Empregos no setor da reciclagem, inibir a possibilidade de versões de neo-exploração e neo-escravatura em pleno século XXI, o Brasil envida esforços para estabelecer cooperativas e institucionalizar o trabalho dos catadores, que atualmente são responsáveis por 90% do material reciclável coletado no país. Hoje são 500 cooperativas incluindo 60 mil catadores, porem existem aproximadamente um milhão de catadores em Brasil segundo o Movimento Nacional de Catadores de Materiais Recicláveis (MNCR). 
Por isso, um dos resultados do evento de Brasília declara que a Coleta Seletiva Solidária  constitui um pilar essencial para o desenvolvimento sustentável e está direcionado ao reconhecimento do trabalho dos catadores de resíduos sólidos como prestadores de serviços ambientais. Esse reconhecimento não se deve confundir com a venda dos produtos que eles recolhem, pois nem sempre há mercados favoráveis para tais produtos.  
Declara também que os catadores são cidadão que prestam serviços ambientais e devem ser remunerados, além de ganhar incentivos e preparação para a realização do seu trabalho para atingir eficiência em seu empreendimento!

terça-feira, 15 de outubro de 2013

15 de outubro: Dia do Consumo Consciente e Dia do Professor

Todos os seres vivos consumimos recursos da natureza para sobreviver. Consume-se água doce, alimentos, energia para nossa subsistência. Porém ao contrário do mundo animal e vegetal que só consumem quando e só quanto é preciso, o comportamento de alguns cidadãos deve ser reeducada para se tornar um consumidor consciente. O consumo consciente significa levar em conta os impactos de adquirir ou escolher produtos que serão comprados. Por exemplo, impactos para o meio ambiente, para a saúde humana e animal, as relações justas de trabalho além, das condições de produção das empresas (marca) [1],    

"A educação para consumo consciente e para a sustentabilidade é um dos meios mais poderosos para se alcançar o desenvolvimento sustentável". Foi esta uma das principais conclusões dos líderes presentes na Rio+20 [2].  
Esse é um reconhecimento ao fato seguinte: a participação de todos cidadãos na integração dos conceitos e práticas de consumo consciente nas diversas atividades do dia-dia em organizações, locais de trabalho e principalmente nos conteúdos das matérias nas escolas e instituições de ensino superior e técnico. com o pensamento voltado para a conservação das condições de vida no planeta . Não podia ser diferente, é necessário formar as novas gerações o respeito pelas limitações do planeta! Ter um convívio harmonioso entre todos os seres vivos que equilibram as forças da natureza é o respeito aos prazos de recuperação do sistema vivo. [2] 

Mude para o consumo consciente: Separar resíduos para o reuso e a reciclagem
gera emprego e diminui recurso naturais.
Inspirado no documento “Dez Novos Caminhos para a Produção Responsável e o Consumo Consciente”, apresentado pela organização Akatu no evento  Rio+20, em junho de 2012, esta instituição usa as seguintes  frases versadas (motes), significativas na campanha deste ano para ajudar a reflexão da data 15 de outubro: Dia do consumo Consciente:
  1. Queremos MAIS durável do que descartável;
  2. Queremos MAIS produção local do que global;
  3. Queremos MAIS uso compartilhado do que posse e uso individual;
  4. Queremos MAIS produtos e serviços com responsabilidade socioambiental;
  5. Queremos MAIS opções virtuais do que materiais;
  6. Queremos MAIS aproveitamento integral de produtos e zero desperdício;
  7. Queremos MAIS satisfação pelo uso do que pela compra;
  8. Queremos MAIS escolhas saudáveis;
  9. Queremos MAIS emoções, ideias e experiências do que os produtos materiais;
  10. Queremos MAIS cooperação do que competição.

Não podia ser simples coincidência de datas no dia de celebração do trabalho de Professor e do Consumo Consciente! 

[1] http://www.mma.gov.br/responsabilidade-socioambiental/producao-e-consumo-sustentavel/consumo-consciente-de-embalagem/quem-e-o-consumidor-consciente
[2] http://akatu.org.br/Temas/Consumo-Consciente/Posts/Conheca-o-Edukatu-primeira-rede-de-aprendizagem-para-o-consumo-consciente-e-a-sustentabilidade#sthash.gQUhPbhH.dpuf
[3] http://vilamulher.terra.com.br/mude-para-o-consumo-consciente-13-1-49-63.html

quinta-feira, 12 de setembro de 2013

Gestão compartilhada para solucionar o problema do lixo: meta da Politica Nacional de Resíduos Sólidos.

A meta já colocada na Lei 12305/2010 da Politica Nacional de Resíduos Sólidos (PNRS) é a disposição final ambientalmente adequada do lixo. Por todos conhecido o lixo é o material sem utilidade primária para produtor, gerado por toda e qualquer atividade dos seres vivos. 
Os habitantes das cidades, principalmente as mais populosas, sentem a necessidade de organizar e tratar o lixo produzido nelas. O lixo na atualidade segue a seguinte  classificação: resíduo (parte aproveitável ou reciclável do lixo) e rejeito (parte do lixo sem condições de aproveitamento, atualmente) [1]. As razões para resolver o problema do lixo, entre outras, são a preservação da saúde humana e ambiental, grandes quantidades de geração de resíduos, altos custos para seu gerenciamento e falta de espaço (futuro) para seu armazenamento.
Uma revolução em curso na gestão de lixo de São Paulo
Foto retirada do Portal do MNCR [2]
   A fim de resolver as causas de preocupação com o lixo mencionadas acima forma realizadas reuniões preparatórias para a 4° Conferência Nacional de Meio Ambiente, no Estado de São Paulo, contando com a mobilização de catadores e organizações da sociedade civil, e chegaram a identificar as seguintes necessidades [2]:
- Investimento em educação ambiental e comunicação social,
- Aumento da coleta seletiva de resíduos secos e de orgânicos universalizada, 
- Extensa compostagem  local e biodigestão anaeróbia descentralizadas, 
- Implantação de logística reversa dos resíduos secos pelo setor empresarial, 
- Contratação formal de catadores de materiais recicláveis organizados
Todos estes pontos devem virar projetos e ações que irão integrar o Plano de Gestão de Resíduos do Município de São Paulo.

Conferência Livre dos Catadores do Rio de Janeiro Foto: Lourenço Eduardo.retirada Portal do MNCR[3]
   No Rio de Janeiro, em 26 e 27 de agosto, os militantes do Movimento Nacional de Catadores de Materiais Recicláveis (MNCR) realizaram a 1° Conferencia Livre de Meio Ambiente de Catadores e Catadoras de Materiais Recicláveis . Durante o evento foram discutidos dois temas principais:
A implantação de coleta seletiva de lixo nos municípios e a
- Negociação das prefeituras diretamente com as cooperativas de catadores.
Nessa Conferencia foram, também, eleitos os delegados catadores para participar da Conferência Estadual a se realizar em outubro. 

   Das deliberações mencionadas, a conclusão que pode-se tirar é: para o cumprimento da PNRS nos municípios, estes deverão implementar efetivamente a coleta seletiva e o melhor reaproveitamento dos resíduos. Então, sendo esse é o objetivo deverão buscar solução para a dificuldade central que é a separação do lixo nos pontos de geração: empresas, instituições, comércios e cada domicilio. 
Coloca-se em evidencia  que é necessário construir uma cultura voltada a mudanças de comportamento em relação ao lixo. Sendo imperativo que:
- a separação dos resíduos seja correta e efetiva, esta é realizada pelos cidadãos (em instituições, empresas e domicílios), 
- o fortalecimento dos núcleos e associações de catadores por parte das empresas e da administração política da sociedade (os catadores conhecem efetivamente da triagem e armazenagem organizada dos resíduos).
   Portanto, novamente, se revela a importância de que os cidadãos, empresas, entidades e poder público reconheçam a necessidade de compartilhar a responsabilidade no gerenciamento dos resíduos sólidos e trabalhem em parceria para preservar  o Meio Ambiente e a Saúde.      

[1] Gimberg, E.(2004) A política nacional de resíduos sólidos a responsabilidade da empresa e a inclusão social  http://www.polis.org.br/inclusao-sustentabilidade/residuos-solidos/

sexta-feira, 6 de setembro de 2013

A Prefeitura não define data para solução às reivindicações da Associação de catadores RECICLAR-Campos: triste comemoração do 7 de setembro



Embora, há quase dois meses, representantes da Associação de Catadores de Material Reciclável de Campos dos Goytacazes -RECICLAR Campos estar negociando com a Prefeitura e a Vital Engenharia os termos do apoio para o continuar com o trabalho de coleta e triagem dos associados, nada foi assinado para formalizar um prazo para o fim do sofrimentos destes trabalhadores.

O grupo de catadores que formaram a RECICLAR Campos perderam seu local de trabalho, junto a outros 500 catadores, com o fechamento do do lixão da Codin, em 16 de junho de 2012, e a Prefeitura mostra pouca sensibilidade e interesse com o sofrimento dos catadores que "sem lixo" não vem chegar a solução. A solução é um direito garantido pela Lei 12305/2010 que, lhes permitirá exercer novamente sua profissão, como empreendedores ambientais, pois eles reconheceram nos resíduos uma oportunidade para sua sobrevivência e proteção ao meio ambiente. 

                                        Imagem extraída do vídeo encontrado no site dos cabruncos livres [1]

Vale lembrar que a Política Nacional de Resíduos Sólidos (PNRS), Lei 12305/2010, indica no artigo 7° os objetivos da PNRS e no  item XII - a integração dos catadores de materiais reutilizáveis e recicláveis nas ações que envolvam a responsabilidade compartilhada pelo ciclo de vida dos produtos. 
No artigo 19° estabelece o conteúdo mínimo do Plano Municipal de gestão de resíduos sólidos, onde o item indica XI - programas e ações para a participação dos grupos interessados, em especial das cooperativas ou outras formas de associação de catadores de materiais reutilizáveis e recicláveis formadas por pessoas físicas de baixa renda, se houver. 
No Artigo 36, o § 1° estabelece que: o titular dos serviços públicos de limpeza urbana e de manejo de resíduos sólidos priorizará a organização e o funcionamento de cooperativas ou de outras formas de associação de catadores de materiais reutilizáveis e recicláveis formadas por pessoas físicas de baixa renda, bem como sua contratação.
Finalmente no artigo 42° o item III estabelece - implantação de infraestrutura física e aquisição de equipamentos para cooperativas ou outras formas de associação de catadores de materiais reutilizáveis e recicláveis formadas por pessoas físicas de baixa renda. 

Imagem extraída do vídeo encontrado no site dos cabruncos livres [1]

Portanto, há um agrande preocupação pela situação de dificuldades que se passam as famílias destes catadores que reclamam atendimento a seus direitos. Principalmente no dia 7 de Setembro quando é comemorado um fato histórico do país, a Independência do Brasil, ocorrida no ano de 1822. Ela foi marcada pelo fim do domínio português, a conquista da autonomia política, além, da liberdade econômica e social do pais
Será um dia de triste comemoração para os catadores pelo descaso da Prefeitura e de sua em presa concessionária para serviços de limpeza da cidade Vital Engenharia.  

 [1]http://www.youtube.com/watch?v=x4_PWID3jkg vídeo da mobilização do 3 de julho

domingo, 4 de agosto de 2013

Politica Pública com visão de futuro em prol da Inclusão SocioEconomica dos Catadores de Materiais Recicláveis: Programa Cataforte III

Em 31 de julho foi realizada a cerimonia de lançamento do programa do Governo Federal para o fortalecimento das organizações de catadores de materiais recicláveis Cataforte 3: Negócios Sustentáveis em Redes Solidárias
O Programa Cataforte teve início em 2009 fruto de reivindicações e negociações diretas do Movimento Nacional dos Catadores de Materiais Recicláveis (MNCR) com o Governo Federal e congrega diversas parcerias de órgãos que trabalhavam separadamente o mesmo tema em uma única iniciativa reunindo a Secretaria Geral da Presidência da República, Ministério do Meio Ambiente, Ministério do Trabalho e Emprego, Fundação Nacional de Saúde do Ministério da Saúde, Banco de Desenvolvimento Econômico e Social, Banco do Brasil, Fundação Banco do Brasil e a Petrobrás, [1] e [2].

Foto 1: Lançamento da nova etapa do Programa Cataforte, extraída do portal do MNCR referencia [2]
Em 2009 o Programas teve como principal objetivo estimular a organização de grupos de catadores com base nos princípios da economia solidária,  capacitou catadores para estruturarem unidades de coleta e atuarem em rede. Em 2010 deu-se inicio a segunda fase do Programa - Logística Solidária - que fortaleceu a infraestrutura logística das cooperativas, com a aquisição de 140 caminhões para 35 redes de cooperativas e associações de catadores, bem como com a realização de capacitações e prestação de assistência técnica para elaboração de planos de logística [1].   
Nesta terceira etapa o Programa Cataforte aumentou recursos com o objetivo de estruturar redes solidárias de empreendimentos de catadores de materiais recicláveis, impulsionando a inclusão socioprodutiva e a implementação da Política Nacional de Resíduos Sólidos o PNRS.

Foto 2: Lançamento da nova etapa do Programa Cataforte, extraída do portal do MNCR referencia [2]

Diversos médios de comunicação tiveram como título da matéria, sobre o lançamento do Programa Cataforte 3, o anuncio do governo federal de destinar duzentos milhões de reais em créditos para empreendimentos de catadores de materiais de recicláveis organizados, ver referencias [3] e [4] do 1/8/2013.
“Esses 200 milhões são um investimento diretamente no meio ambiente. Geralmente se investe no meio ambiente depois que aconteceu alguma catástrofe. Nesse caso, se investe para evitar que o meio ambiente seja degradado”, declarou Alex Cardoso, representante da Articulação Nacional do MNCR, que acredita que a medida que as cooperativas e associações vão se estruturando vai aumentando o reconhecimento da sociedade [2]. 

Após a separação do lixo em moradias e instituições o trabalho do catador é o elo que inicia o ciclo da cadeia produtiva de reciclagem. A ajuda mútua é fundamental para que as pessoas, catadores em particular, desprovidas de capital possam melhorar sua situação social e econômica. 

Um poder público com vontade inovadora, visão de futuro, respeito ao ser humano e consciência ética reconhecerá nos catadores parceiros criativos na luta pela sustentabilidade econômica, social e ambiental!   


[1] http://portal.mte.gov.br/imprensa/manoel-dias-participa-do-lancamento-da-terceira-etapa-do-programa-cataforte-no-palacio-do-planalto.htm
[2]http://www.mncr.org.br/box_2/noticias-regionais/cataforte-3-e-investimento-direto-no-meio-ambiente
[3] http://www.jb.com.br/pais/noticias/2013/07/30/governo-vai-liberar-r-200-milhoes-para-projetos-de-catadores/
[4] http://www.gazzeta.com.br/programa-cataforte-destina-r-200-milhoes-para-a-reciclagem-operada-por-catadores/