segunda-feira, 6 de abril de 2015

O crescimento do trabalho de catador estimula a solidariedade e promove a libertação de atuais formas de exploração!

Na mensagem do dia 6 de abril o Movimento Nacional de Catadores de Materiais Recicláveis (MNCR) destaca a experiencia de trabalho em cooperativas e em Redes de cooperativas que são conquistas promovidas pelo MNCR como apoio de Políticas Públicas em processo de implementação. A seguir a transcrição de da matéria titulada:
Cooperativas de catadores negociam em pé de igualdade e obtêm melhor renda


Setor de comunicação

O sonho dos catadores de materiais recicláveis de deixar de lado os atravessadores na comercialização dos materiais coletados está se tornando realidade. A mais nova indústria de beneficiamento de recicláveis propriedade dos próprios trabalhadores instalada em Pinhais, cidade próxima a Curitiba, no Paraná, está dando um grande passo nesse sentido. A Rede Cata-Paraná, que reúne 30 grupos e cooperativas de catadores e beneficia diretamente 600 catadores associados, começou a transformar as garrafas PET, plástico comum em embalagens de refrigerantes, em matéria-prima pronta para a indústria, produto conhecido como flocos de pet/flaks.
Reciclagem Popular: MNCR avança comercialização solidária interestadual
Usina de beneficiamento de PET em Pinhais - PR, planta autogerida por catadores do MNCR
Recentemente, a Rede Cata Paraná  ultrapassou sua atuação dentro do estado do Paraná e passou a beneficiar também redes de cooperativas do estado de São Paulo comprando o PET por preços melhores que os oferecidos pelos atravessadores.
A Rede Coopercop – parceria de cooperativas da região do Oeste Paulista –, que já existe há dois anos, realizou a primeira transação com o envio de carreta com 18 toneladas de PET para o Paraná. A negociação proporcionou ganho de 70% para as cooperativas de catadores do Oeste Paulista, já descontados os impostos e o custo de transporte. Outra rede de cooperativas do estado de São Paulo que já comercializa com a Rede Cata Paraná é a Rede Solidária Cata-Vida, da região de Sorocaba.
Aumento de volume e qualidade de material comercializado, com o trabalho de catadores em cooperativas e em redes de cooperativas.
“Outras redes, em que já há uma conversação – e espera-se que cheguemos a concretizar a comercialização conjunta de PET –, estão localizadas em Brasília, São Paulo (capital), Campinas, Mato Grosso e, por último, recebemos o interesse de uma rede no estado de Goiás”, comenta Carlos Alencastro Cavalcanti, catador representante do Movimento Nacional dos Catadores de Materiais Recicláveis (MNCR) no Estado do Paraná.
A produção de Flak valoriza o material em até 100% e o produto se transformará em embalagens de bolo, cerdas de escovas, cordas, cobertores, roupas, entre outros produtos.
“Alguns desafios das redes de cooperativas de catadores são de manter os níveis de qualidade dos materiais e a tributação, pois somos obrigados a pagar o ICMS na comercialização interestadual. A logística também é um importante desafio, considerando o impacto que o preço do frete acarreta na composição do custo operacional, mas, sem dúvida, o principal desafio é o capital de giro, visto que não existem linhas de financiamento adequado a empreendimentos da economia solidária”, avaliou Carlos Cavalcanti.
A estratégia do MNCR de  organização dos catadores em cooperativas e associações de primeiro nível e em redes de cooperativas de segundo nível permite fugir da exploração do mercado de recicláveis, proporcionando melhores preços e qualidade de vida para os catadores. No entanto, essa estratégia ainda esbarra em barreiras tributárias sérias por falta de uma legislação que diferencie empreendimentos que visam lucro daqueles que não têm fins lucrativos, como é o caso de empreendimentos da economia solidária.
A versão original desta matéria se encontra em http://www.mncr.org.br/box_2/noticias-regionais/mncr-avanca-comercializacao-solidaria-interestadual

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