terça-feira, 30 de outubro de 2012

Termina o Mês do 'Consumo Consciente' e se inicia a constatação da importância do serviço do Catador de Materiais Recicláveis

No mês de outubro foram desenvolvidos eventos para divulgar a necessidade de uma reflexão previa ao tomar a decisão de compra dos produtos que nos são indispensáveis.
Recomendou-se não ter de comprar tudo o que se vê nas prateleiras, é bom para o bolso e bom para estender a vida dos recursos naturais. Não deve-se acreditar em tudo o que disse as propagandas e duvidar das informações tendenciosas e manipuladoras. Não é preciso seguir a moda e descartar um produto que ainda serve. Parte deste chamado termina com as perguntas - Precisamos bens de consumo para amar e ser amados? Ou para sermos felizes? Ou para nos sentirmos importantes e reconhecidos socialmente?
As reflexões e recomendações divulgadas estão ligadas a dois fatos:
(a)toda atividade humana gera resíduos (lixo) e
(b)os resíduos não desaparecem colocando-os nas lixeiras.
Esses resíduos devem ser administrados e tratados, de forma a eliminar vetores prejudiciais à saúde e preparados de forma a preservar o meio ambiente. Esse tratamento forma parte do chamado Saneamento Básico![1]
Cálculos do ambientalista Sérgio Ricardo (do grupo de trabalho da Assembleia Legislativa do Rio (Alerj)) reportam que, 18% do Produto Interno Bruto dos municípios do país é gasto para enterrar lixo. Ele avaliou a perda econômica do país, pela ineficiência de sua coleta de resíduos, numa média de R$ 8 a 20 bilhões com material reciclável que é enterrado, segundo o Ministério do Meio Ambiente [2].
Essa avaliação feita em forma aproximada é a que mexe com os interesses econômicos das empresas concessionárias da coleta de lixo no Estado e coloca em risco os interesses laborais dos catadores de materiais recicláveis. A Lei Federal 12.305/2010 da Politica Nacional de Resíduos Sólidos (PNRS) prevê a desativação dos lixões até 2014, ela condiciona essa eliminação a um plano de inclusão social e produtiva dos catadores.
Constata-se, também, que poucas atividades passaram por tantas mudanças como a dos catadores de materiais recicláveis. Até pouco tempo, eram vistos apenas como cidadãos à margem da sociedade que exploravam o lixo. Hoje, eles são considerados agentes essenciais para minimizar o impacto ambiental provocado pelo acúmulo de resíduos sólidos nas grandes cidades, com o trabalho reconhecido por leis federais e ações específicas dos governos [3].
O fechamento dos lixões e planos de recuperação ambiental, desses locais, pode ser planejada com a mão de obra dos catadores, incluindo-os no processo de recuperação e replantio. Além, de ser incluídos na coleta seletiva do município e na cadeia produtiva da reciclagem e da remanufatura.
Na cidade e Rio de Janeiro a coleta de material reciclável é de 3% do total de lixo coletado [4], em Campos não é diferente, com esses dados se vislumbra um espaço enorme para avançar, mas o primeiro movimento é uma política pública necessária que garanta um tratamento humanitário aos catadores. Uma disposição política como a mostrada pelo governador do Estado de Minas Gerais quem anunciou no 22/outubro, na abertura do a abertura do 11º Festival Lixo e Cidadania, que a partir do mês de dezembro, será o primeiro estado do país a pagar a Bolsa Reciclagem, uma remuneração às associações e cooperativas de catadores de materiais recicláveis pelos serviços ambientais prestados.
[1]Lei Federal Nº 11.445/2007, artigo 2° item III.
[2]http://www.jb.com.br/rio/noticias/2012/09/24/rio-desativara-mais-um-lixao-sem-se-preocupar-com-futuro-dos-catadores/
Fonte: Jornal do Brasil
[3]http://www.portaldomeioambiente.org.br/editorias-editorias/lixo-a-reciclagem/5275-brasilia-combate-o-problema-do-lixo-urbano-com-reciclagem-e-inclusao-social
[4]http://www.farolcomunitario.com.br/mg_005_2005-minas-e-o-primeiro-estado-a-remunerar-catadores.php http://www.boainformacao.com.br/2012/09/rio-desativara-mais-um-lixao-sem-se-preocupar-com-futuro-dos-catadores/ Representantes norte-americanos da Appalachian State University Energy Center, do estado da Carolina do Norte, visitam Maracanaú nesta terça-feira, 28. O intuito da comitiva é verificar o potencial produzido pelo aterro sanitário do Município com o propósito de implantar a Usina de Gás Metano. A equipe participou de um encontro, pela manhã, com os 73 catadores de materiais reutilizáveis e recicláveis da Cooperativa de Produção do Conjunto Vida Nova – COOMVIDA e o ÂNIMA – Instituto de Tecnologias Sustentáveis – OSCIP. Agora à tarde, será realizada uma reunião com o prefeito Roberto Pessoa e a secretária de Assistência Social e Cidadania, Glauciane Oliveira. Em 2009, uma comitiva da Appalachian State University visitou sete aterros sanitários do Ceará e escolheu Maracanaú para desenvolver o projeto Energy Park. O programa consiste na construção de um parque de energia, extraída do gás do aterro, utilizada para processar vidro e plástico. O material coletado pelos catadores poderá se transformar em novos produtos e, assim, proporcionarem mais renda a esses trabalhadores. (AF)

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