domingo, 28 de julho de 2013

Os catadores na Luta pela Igualdade do apoio econômico dos governos. Porque apoiar só os investidores? O lixo é de quem o gera não deve estar em disputa

A visão  de que nossos recursos são finitos e da conseqüente necessidade de promover a recuperação de grande parte dos itens produzidos ou materiais utilizados para consumo começa a tomar conta do Setor Industrial. Essa visão tardia, diga-se de passagem, resulta também das exigências cidadãs, via legislação, e do trabalho persistente de catadores que fizeram crescer o elo da Coleta-Triagem-Armazenagem na cadeia da reciclagem de materiais sem ainda ter plena consciência ambiental-econômica-social de seu trabalho. 
Então, é por conta da questão financeira e não pela propalada consciência ecológica, que estas mudanças vêm acontecendo. Mas isto não é por acaso todas as grandes empreiteiras têm hoje empresas na coleta do lixo em todo o País, a Vital Engenharia da Queiroz Galvão, a Foz do Brasil da Odebrecht, e a empreiteira Delta Construções, por exemplo. Com evidente influência e muito poder nas políticas públicas de Prefeituras.

Torna-se fundamental uma forte reflexão para promover um estudo que remeta a uma ação prática, buscando um amplo comprometimento da sociedade para a questão da escassez de matéria – prima e o que isso representa em termos de impactos e preservação do meio ambiente.
Seguindo neste contexto, é muito importante que um trabalho de sensibilização seja realizado junto às pessoas que trabalham com o recolhimento, a armazenagem e a comercialização de elementos recicláveis, como forma de oferecer apoio para torná-los profissionais da reciclagem, orientando através de cursos, palestras e oficinas, para que tenham noção da utilização dos elementos que coletam e da real importância e responsabilidade da atividade.
Escolha do local onde o empreendimento vai operar.  
Encaminhamento dos resíduos domiciliares que não foram separados para a coleta seletiva e de rejeitos para as Unidade de Recuperação orgânica (compostagem) e ou Energética.

Moradores de Barueri protestam contra construção de incinerador de lixo [1]

Usina é a primeira a ser construída no Brasil e é rejeitada em outros países


Moradores do bairro da Aldeia em Barueri e catadores de materiais recicláveis da região realizaram no dia 10 de julho uma manifestação contra a construção de uma usina de incineração de lixo na cidade. A marcha percorreu as ruas da Aldeia, bairro as margens do Rio Tietê onde pode ser construído o incinerador, reunindo cerca de 300 pessoas.  O destino foi a Câmara Municipal de Barueri, onde foi realizado o 1º Fórum Regional de Soluções para Resíduos Sólidos que contou com a presença de Dan Moche Scheneider, especialista em de saúde ambiental e resíduos sólidos, Virgílio Farias, especialista em direito ambiental, e o diretor da empresa Foxx U.R.E., Alexandre Citvaras, vencedora a licitação para construção do incinerador em Barueri, primeiro desse tipo a ser construído no Brasil.


A Prefeitura de Barueri pretende incinerar 97% dos resíduos da cidade e reciclar apenas 3%, além de queimar também resíduos das cidades de Santana do Parnaíba e Carapicuíba. A proposta contraria a Política Nacional de Resíduos Sólidos, que dá prioridade a redução e reciclagem com inclusão social, além de normas do Conama e da ONU.
Os moradores já recolheram mais de 2 mil assinaturas contra a construção do incinerador no Bairro e têm distribuído para os demais moradores cartilhas explicativas sobre os males causados pela queima do lixo para a saúde das pessoas que vivem no entorno desses empreendimentos.
Vaias
O representante da empresa FOXX URE, Alexandre Citvaras, foi vaiado pelo público presente no Fórum, assim como o presidente da Câmara Municipal de Barueri, o vereador Sebastião Carlos do Nascimento, “Carlinhos do Açougue”, que tentou defender a empresa declarando que os moradores estavam sendo manipulados por sindicatos.  Os moradores ficaram indignados com a declaração e o vereador foi hostilizado.



O seguinte poema é para lembrarmos que as lutas são as vezes longas, duras e com dissabores, mas mantendo os princípios éticos se poderão alcançar as metas que buscam o bem comum e o crescimento de uma região.  

O analfabeto político
Bertold Brecht
O pior analfabeto é o analfabeto político. 
Ele não ouve, não fala, nem participa dos acontecimentos políticos.
Ele não sabe que o custo de vida, o preço do feijão,
do peixe, da farinha, do aluguel, do sapato e do remédio
dependem das decisões políticas.

O analfabeto político é tão burro que se orgulha e estufa o peito dizendo que odeia
a política. Não sabe o imbecil que da sua ignorância política nasce a prostituta,
o menor abandonado, e o pior de todos os bandidos que é o político vigarista,
pilantra, o corrupto e lacaio dos exploradores do povo.
Nada é impossível de Mudar

Desconfiai do mais trivial, na aparência singelo.
E examinai, sobretudo, o que parece habitual.
Suplicamos expressamente: não aceiteis o que é de hábito como coisa natural, pois em tempo de desordem
sangrenta, de confusão organizada, de arbitrariedade consciente,
de humanidade desumanizada, nada deve parecer natural
nada deve parecer impossível de mudar.
Privatizado, privatizaram sua vida, seu trabalho, sua hora de amar e seu direito de pensar. É da empresa privada o seu passo em frente, seu pão e seu salário. E agora não contente querem privatizar o conhecimento, a sabedoria, o pensamento, que só à humanidade pertence.

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