Lembrar do Meio Ambiente nesta semana será fácil. Os jornais, a televisão e as instituições de ensino lembraram da data, que começou a ser celebrada desde 1972, na abertura da Conferencia de Estocolmo, tornando-se um dos principais veículos das Nações Unidas para estimular a consciência da população mundial sobre sua relação com a natureza e consequentes limites do planeta.
Refletir sobre as atuais tendencias do crescimento da poluição, produção de alimentos e redução dos recursos naturais conduzem a buscar formas de preservar o meio ambiente, a Terra, destacando-se a relação entre a economia, tecnologia , sociedade e política. Portanto, se faz necessário mudanças de posturas de governos, empresas, instituições e de cada ser humano com relação ao meio ambiente. Mudanças para um desenvolvimento sustentável!
Este ano o Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente (PNUMA) celebrará esta data com o tema Pensar-Comer-Conservar: Diga Não ao Desperdício. A Organização das Nações Unidas para Agricultura e Alimentação (FAO), parceira do PNUMA na campanha, informa que 1,3 bilhão de toneladas de comida são jogadas fora por ano. Junto desta perda a produção global de alimentos ocupa 25% das terras habitáveis e que a agricultura é responsável por 70% do consumo de água potável, 80% do desmatamento e 30% das emissões de gases estufas [1].
Inseridos na campanha para minimizar e evitar desperdícios de recursos naturais, este blog quer lembrar do trabalho do catador de materiais recicláveis. Eles, com seu serviço, ensinaram a olhar no lixo uma oportunidade de trabalho, de renda e de sustentabilidade ambiental, pois tiram resíduos das ruas, reduzem o volume que chegaria aos aterros e aumentando sua vida útil. Além disso, pode-se identificar a conexão econômica, social e política quando algumas Prefeituras os desconhecem como classe de trabalhadores, dificultando-lhes sua participação na Coleta Seletiva Municipal, que contratam, desconhecendo a Lei Federal 12305/2010 e a sua regulamentação estabelecida no Decreto 7401/2010. Tudo isto, embora seja reconhecido que essa Coleta apenas recupera, até, 3% do lixo gerado nas cidades do estado de Rio de Janeiro [2].
As atividades de catador, sem dúvida nenhuma, em galpões, dá a possibilidade para a inclusão de mulheres, idosos e cidadãos com problemas de mobilidade, sendo ele uma categoria profissional, oficializada na CBO – Classificação Brasileira de Ocupações, no ano de 2002.
Reconhecer que os catadores sejam remunerados pelos serviços prestados na cadeia da indústria da reciclagem como o elo, que vem fazendo seu serviço há muitos anos, nas atividades da logística reversa coletando os materiais descartados após consumo é a atitude e postura que se reivindica na celebração do Dia Mundial do Meio Ambiente. Isto é, uma Coleta Seletiva Municipal potencializada por Catadores em Campos dos Goytacazes!
[1] http://www.pnuma.org.br/noticias_detalhar.php?id_noticias=1468
[2] http://www.produtosperigosos.com.br/lermais_materias.php?cd_materias=2156
Os catadores receberam a notícia com apreensão, pois os 17 novos galpões criariam até 1.600 posto de trabalho para catadores da cidade de São Paulo, as 4 novas centrais incluirão apenas 150 catadores e precisarão de técnicos especializados com treinamento no exterior para operar os equipamentos sofisticados. “A nossa grande dúvida, a dúvida de todos aqui, é saber como isso vai de fato beneficiar os catadores. Não queremos uma grande usina com meia dúzia de catadores dentro, com o restante fora do processo... Então acredito que nós ainda iremos debater e discutir muito essa questão de como seremos incorporados no processo”, afirmou Roberto Laureano da Rocha, da Coordenação Nacional do Movimento dos Catadores que também destacou os pontos positivos da iniciativa. “Essa gestão não optou pela incineração dos resíduos e esse já é um grande passo. Não deixaremos que seja algo em vão. Iremos acompanhar todo o processo para sabermos como tudo isso vai funcionar” declarou.
Segundo a AMLURB, que administra o serviço de coleta seletiva, a renda com a venda do material reciclável processado pelas Centrais Mecanizadas, cerca de R$ 1.6 milhões por mês, serão divididos entra as cooperativas de catadores. “Nossa ideia é que participem da triagem e do processo de gestão desses galpões” declarou Silvano Silvério, presidente a AMLURB e anunciou uma carta consulta para a obtenção de linhas de crédito a fim de melhorar a infraestrutura das cooperativas de catadores existentes. “Com o recurso na ordem de R$ 40 bilhões poderemos apoiar a infraestrutura, melhorar equipamentos, a condição de trabalho dos catadores, além de investir em qualificação para melhorar a produtividade”, afirmou Silvério.




